quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

África violada


Nos últimos séculos, o Continente
mãe de toda humanidade no mundo
tem sofrido ataques tão absurdos,
que atentam contra toda a gente...

A Mãe África, tem sido tratada
como fossem as mulheres de lá,
e os homens, o que de pior há,
extrato de coisa alguma, de nada...

Eu, daqui, do mundo visitado
por nossa espécie caminhante,
destes lugares tão distantes

onde viemos trazer nosso legado,
só posso pedir desculpas, e entender,
que os superiores, tem superior padecer...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Permissão

 
Há que se pedir permissão
pra se andar pela terra.
Não como os filhos da guerra
fazem sua odiosa intromissão...

Hoje não se reconhece
a força elemental que criou
a nós, ao que nos gerou,
e à nossa vida cotidiana, tece...

Quero andar, como voa o Condor,
com permissão da mãe da vida
com ligação entre a volta, e a ida,

com ligação entre o viver, e o amor,
que faz toda certeza, diluída,
e inconsequente, o desmedido labor...

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Na hora


Tá chegando a hora...
Sabe? O tempo desmembrado
em tristezas, em tudo e nada,
em que o mal comemora...

Sei que a eternidade lembra,
a força  do bem, vencida,
em tristezas e sortes alaridas,
e cantigas, e nas fotos de escombros,

mas a vida só se dá pra quem se entrega, 
pra quem se inteira, e vislumbra,
independente da força que vigora...

Como o tempo, e tudo que ele prega,
pra além dos instantes, e as horas,
em toda beleza que sai, e chega...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Esconder...


Os que ocupam o poder,
entre nós, os lugares de mando,
acham que toda gente está brincando
e não tem condições de entender...

Assim, o melhor, é mentir!
Se alguém pergunta se a barragem
aguenta chuvas e estiagens,
e se pode, à lama, resistir,

eles acham mais prudente
dizer qualquer coisa pra evitar
um "pânico" que pudesse se alastrar...

Bem melhor, do que contar tudo pra gente...
Pra nos "proteger", sabe?
Desta inocência, que nos cabe...

domingo, 27 de janeiro de 2019

Crua


O que invento, pra vida
me faz distinto, distante,
diferente, doido errante,
sem acertos, só feridas...

Pra quem me vê, sabe?
Pros que estiveram junto
comigo, na praia, nos juncos,
nas areias onde tudo cabe...

Pois que não cabe mais.
Cabia, quando não era
um doidivanas inventor de quimeras...

Agora, sou uma alma perdida, a mais,
entre os moradores da rua,
da vida mais violenta e crua...

sábado, 26 de janeiro de 2019

Filhos e filhas


O dia se mostrou surpreendente...
Aliás, como todos os dias,
em que mesmo as horas mais baldias,
são testemunho, do tanto que a gente

mesmo sem caminhar, caminha,
fossemos velhos caminhantes
das estrelas, de planetas distantes,
em nossa nave Terra, e sua rota estranha...

Assim, havemos de encontrar
com quem nos diga em nossa cara,
que nossa gestão é ignóbil e ignara,

e que nem mereceríamos habitar
um mundo tão repleto de maravilhas,
que nem pretendemos deixar, pra filhos e filhas...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

De quem não conta...


Ainda que eu não saiba
muito mais do que o bonito,
do eterno e do finito,
onde tudo aja e caiba,

eu desconfio da inexatidão...
Quando fingem um "acidente",
pra fincar as patas e os dentes,
com toda maldade, na população...

Ou melhor dizendo, nas populações...
Que por ali morava gente,
bicho, peixe, ou todo ente,

ou pedra, ou casas de multidões...
O atentado, o crime, é contra
a vida dos pequeninos, que não conta...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Da dor


Os ruídos, as histórias do lado
são as mesmas, vai saber, seu,
quanto tempo já passado?
Quanta gente mentiu, e se valeu?

Aqui fala quem já mentiu, quem sabe,
mente, e ainda assim entende transparente
a história de tudo que há, toda gente,
todo padecimento em levedura, e semente...

Vou seguindo, este meu legado,
de canções e alegrias, meninagens,
que se extrapolam em miragens,

viagens, delírios, prazeres arrancados,
de onde não há prazer, pela dor
que antes de tudo, quer se antepor...


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Rebrotante


Uma terra brota se  tem
alimento, carinho, atenção...
E se assim, é sob nós, o chão,
do mesmo modo é o que nos contém..

O que, dentro da gente, tem...
Entende? Como o dia a dia,
doa a quem doa, que se irradia
pela vida de toda gente que tem...


Ou alguém já conheceu alguém
sem um cotidiano massacrante,
que desestimula a todo instante?

E se eu afirmar que eles existem?
Ainda que pareça delirante,
este povo, se rebrota e se mantém...

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Direito


A noite verte uma frustração,
de um dia que começou pequeno,
sem nada que não, ameno,
e se virou em sua contradição,

na alegria da superação, que fizemos,
e fazemos nas ruas, inventando,
o valor do dia, nos contando,
cantando e tocando, onde podemos...

E nada mais além. Igual a todo dia
em Paz e Fortuna, por cada ato
que constrói camas e pratos,

celebrarei aqui nesta minha alegria!
Como quem re-clama: chama de novo,
conclama o direito a ser feliz, do nosso povo!!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Realeza


Que o dever se sobrepõe
à canseira do dia a dia,
disso, a gente já sabia...
Feito os ciclos, que se repõem...

Mas e o inédito, que se pensou,
que pelo conhecimento viria?
Que é, este balde de água fria,
que o cotidiano nos deixou?

Sei que o eterno guarda surpresas,
como a liberdade de sonhar,
o Universo inteiro pra voar,

e a deliciosa fartura sobre a mesa...
Mas, isto há mesmo de bastar,
quando descobrirmos nossa realeza?

domingo, 20 de janeiro de 2019

Os Tambores


Luz e sombra. Meus componentes,
minhas obras primas vinculantes,
hoje, mais que nunca antes,
o que nos faz ser, o que faz a gente...

Hoje caminhei entre a beleza,
real, matreira, simples e cordial,
como o sonho estranho, e fatal,
onde, alguém, se esconde da realeza

que a mim, ao menos, disfuncional,
como a comida estragada nos armazéns,
um herdeiro funcional clamando pelso bens,

quando nada daquilo lhe é ancestral,
se  não, o esquecimento dos labores,
que criaram tudo que há, até os tambores...

sábado, 19 de janeiro de 2019

Movimentante


Tem uma coisa intrigante
acontecendo no tecido
da vida, dos meios, sentidos,
que é o acontecido a todo instante...

Nós, é que não somos percebidos...
Cada um é que não se liga,
que continua tocando a cantiga,
enquanto a gente se faz distraído...

E se diz traído, quando por fim
percebe que a estrada continuava,
e morria aquele que parava,

antes de sentir-se feito Serafin
que voa cada momento a todo quadrante,
eterno, porque movimentante...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Sem mais

 
Se sou um artista,
quem é que vai
ter sobre mim a vista
que não aumenta, nem subtrai?

Se sobre esta vista
que atua como entra e sai,
por mais que eu insista,
o "pano" nunca cai?

Não quero ser nem mais
nem menos que sou:
a bolha de dúvidas que restou,

uma canoa num gigantesco cais,
um sorriso atoa, depois: "passou"...
Este ser que destôa, em seus ais...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Vicissitude


O novo abre as pétalas,
espalha o inebriante perfume,
(e há quem aja, que o fume...)
e de novo aponte pras estrelas...

No estojo de cheiros, antes,
está o cheiro do nosso caminho,
com suas delícias e espinhos,
e a força dos que são retirantes...

Verei a bebida de cada lugar,
como o direito pelo inédito,
que faz tudo, e não leva o crédito,

mas que pulsa em cada Quasar,
que se extrapola no Universo, encante,
dos que já se via nas matas distantes...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Celebração

 
As cantorias serão eternas,
enquanto o desejo de cantar,
puramente se manifestar,
feito o movimento das pernas,

feito o sentido real do vento,
ou a revelação contida nas ondas,
nas geometricidades redondas,
ou na fineza volátil de um pensamento...

As verdades maiores, serão mais ternas,
sentindo o passar dos anos, das eras,
no valor do leve, antes da quimera,

feito a delícia da água da cisterna,
mais que o calor do deserto desafiador,
pra quem caminha, celebrar o amor...

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Displicentes?....


O dia em que nasce
a mãe da gente
é como se nascesse
a gente, e quem mais viesse?

No dia em que nasce a gente,
mais coisas, das que passam,
nos entreteem, nos disfarçam,
alguém, além de nós, sente?

Serei eu sábio mais que incipiente,
ou doido das virtudes dolorosas,
que em vez de Tertúlias, sofridas prosas,

das de Machadão, e outras gentes,
saberei marcar nos livros, nas glosas,
nas eternidades displicentes???...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Jornada


Tantas são as contradições,
tantos os prós, e contras de cada
passo que passamos na estrada,
em qualquer das direções,

que o que vivemos há de mostrar
que tanto faz qual caminho sigamos,
qual seja o rumo que tomemos,
o importante é sempre caminhar....

Assim, me levanto pela manhã
pra seguir na esperança/picada,
que há de mostrar a inusitada

visão, com gosto de milho, ou maçãs,
ou fritura, levedura, empanadas,
ou o gosto que tiver cada jornada...

domingo, 13 de janeiro de 2019

Vastilíngua


Idioma é o jeito de falar
do modo de ser de cada povo,
de mostrar amor no velho, no novo,
o ser doce com o ser bruto, misturar.

Assim se pode brigar com calma
ou ser estúpido e pacífico,
genericamente específico,
ou, da cor que tiver cada alma...

Cada língua tocada por cada língua,
é vertente e canção
escalada em toda vastidão,

e no miúdo do que respinga
no dia a dia dos seres que estão,
estamos, dos Pampas às Caatingas...

sábado, 12 de janeiro de 2019

Da Lua, onde não fomos...


No mais alto céu,
haverá um  fundo estrelado?
Pergunto aos católicos, e de todo lado?
Quéquifoiquiconteceu?

Da única vez, que "fomos lá em cima"
não havia estrelas, não se via,
nem a mais longínqua sombra que luzia...
Então, como estaríamos nas rimas,

que disseram que fomos à Lua?
Pois, se nenhuma luzinha brilhava,
nem uma luz se projetava...

Que invenção é essa, de que nas costas nuas,
andamos e pulamos, divertidos,
como fosse possível, sem ter entendido?....

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Bandeira

 
O Sol, aqui, está na Bandeira.
Dá bandeira, até ele, o astro,
que de Luz nos banha, e ao espaço
até onde a gente põe a vista inteira...

Aqui tudo dá pinta, sabe?
De gente sem problema e calma,
de gente com problema, e calma,
não é só isso, que nisso cabe...

Aqui também parece nem ser,
como, aliás, todo habitat do mundo,
onde nascer planta, ou no fundo,

de um lugar cercado, se puder ter,
protegidos vasinhos de plantas,
pra gente se divertir, enquanto canta...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Cidade revisitada


O dia se resfriou na chuva
que lava e cobre
esta cidade velha de Cobre,
de pedra, frio e Vinho de Uvas..

Uma gente como a se disfarçar,
não correr o perigo de ser vista,
(onde é perigoso parecer comunista),
pra poder, deste jeito, continuar...

Assim, a cidade é grande, e cara,
e barata, certeira, acessível,
ordinária, extraordinária e risível,

como a chuva, que lhe lava a cara,
nas manhãs frias, nas madrugadas,
onde ainda se pode fazer caminhadas...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Menudo


Hoy és el dia!
Canta o vendedor de jornais,
destas Cisplatinas ancestrais...
Informação e rebeldia!


"Mañana és lejana!"
Canta a gente de Havana e Montevidéu,
que não espera ter que ir pro céu,
pra viver seu direito, dormir na cama,

onde se sonha o sonho justo,
que com o que vai contra,
já tanta gente, e coisa, aponta,

que nem mais me iludo...
Antes sigo, galância que apronta:
"Castillano hablado en menudo..."

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Jardins


Eu abraço a Fartura.
Ela é símbolo do mundo
possível, agradável, fecundo,
de que eu sou criatura...

E criador! Criante a todo momento,
no que me arrisco e salto,
coração aos sobressaltos,
naquilo que sou, creio e invento...

A plenitude é o desígnio
de nossa humanidade perdida...
Em cada criança esquecida

na rua, maior das ignomínias...
Mas sei, que os teremos vencido,
e faremos jardins de campos de extermínio...


segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Chuva benditosa...


Uma chuva fina, cai,
sobre meus ombros
que são como escombros,
de tudo que se esvai...

Porém o novo, chamado,
nunca desponta o chamador,
sempre atende seu clamor,
e responde o que perguntado...

E atende o pedido de alma,
que vai onde o existir pulsa,
mesmo que as vezes cause repulsa,

incompreensão, tensão, falta de calma...
Pois saiba: vale a morte escombrosa,
que na vida da gente, é chuva benditosa...

domingo, 6 de janeiro de 2019

Amém


A gente tem que aprender
a se desapegar de tudo...
Do que é e era eterno, e sisudo,
e do que já se sabia perder...

A gente tem que viver cada segundo,
segundo a vontade da consciência,
que é o que chamamos Deus, na essência,
e criou tudo que existe no mundo,

e o que não existe também...
Feito Lobisomem, alma em purgatório,
acordar quando todos dormem, mictório...

Onde toda a existência vai e vem...
Como o que foi bom, e transitório,
e o que será pra sempre... Amém...

sábado, 5 de janeiro de 2019

Alma desterrada


A gente tem que morrer,
pra poder nascer, re-florecer....

Sabe? É fácil saber...

Acontece que morrer, dói.
Parece injusto e ingrato
a gente padecer do fato,
de desaparecer, sendo quem constrói...

Assim em cada despedida,
quando se desterra a vida,

em sentimentos e terras desconhecidas...

Morte e vida, paz e pasto.
Pra quem tem destino corredor,
o tempo parado é horror,
que a alma devora, nefasto...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O céu em cada


Constelações nos ligam,
e, tanto quanto  os genes
nos fazem sopros e carnes,
quando desta vida nos brindam...

As situações nos fazem,
assim como os vagalhões
constroem falésias aos milhões,
em todas as pedras em que batem...

Eu aprendi com meu filho
que o inaudito sopra na gente
a vida, inquieta, quente,

que retira do céu, seu brilho,
manifestação do omnipotente,
neste ser que sou, andarilho...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Maldades...


Das tristezas que vivemos,
uma das grandes, com certeza,
é ver, da burrice, a realeza,
ganhar o país, que criamos,

as trabalhadoras e os trabalhadores,
na lida diária e honesta,
enquanto escravistas fazem festa
pra comemorar nosso maiores temores...

Resta a certeza da luta,
que contra a tortura rema,
e nas pernas se firma,

porque o Sol que nasce, nos escuta,
e nos dá forças pra seguir,
pra este reino, de maldades, destruir...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Crença


O inaudito bateu à porta,
e eu estava, então preparado.
Pois que, pra quem se importa
é sempre surpreendente o dado,

o vivido na condição da surpresa,
que não deixa que falte comida,
garante o impensável na vida
e nos convida a todos pra sua mesa...

O tal impensável fez-me um convite:
Que eu cante onde até então
nunca antes se ouviu minha canção!

Aceitei acatar tal palpite,
e segui na inaudita direção,
pra que meu coração acredite!!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Plantado


Ambos os lados desta estrada
são passageiros e condutores:
fazem muito pouco além de nada,
mas de tudo, são os senhores...

Todas as vozes, aqui contidas,
falam de cada coisa passada,
cantam e contam das feridas,
sem nunca se sentar na estrada...

Verei então meus dias corridos,
como estivesse numa luta
onde quem briga é quem escuta,

e se põe ao lado dos desvalidos,
pra pensar um tempo novo cantado
onde o justo, amoroso, esteja plantado...