Nos olhos de um boi em seu sacrifício
Vi o sagrado ofício de saber se dar
O emanar do espírito às margens do precipício
Vendo o próprio corpo ganhar o ar
Ganhar arbítrio, ganhar liberdade e leveza
Gostar da Vida, e vê-la em seu momento alto
Que o vento sempre sopra com certeza
Na direção altiva de quem se atreve ao salto
E sem sobressalto se entrega tranquilo
Ao sono passageiro da Vida que passa
E na água rasa encontra a alegria e o estilo
Do sentido profundo do Amor que transpassa
E voa além do que vem de Deus, seu cilo
Onde guarda o olhar do boi, eu, quando o olhar espaça
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