Ah!, este encanto que nasce da simplicidade do canto
Do vento, cantoria do ar feita pra produzir alento,
Acalanto onde quem estava cansado, vazio, lento,
Pode se encher de Deus, respirando o que tanto,
Quanto qualquer respiração pudesse dar a vida,
Ávida sombra que perseguisse, como à água, o sedento,
Ancestral Luz que origina e fecunda todo movimento,
E nas sombras amigas, aplica o unguento que cura a ferida.
Assim é esta tão querida e antiga primordial cantiga,
Que ouço cantar nos formatos de cotovias e pardais,
De bem-te-vis, saracuras, seriemas, sabiás e tantos mais,
Como pudesse desde sempre me ligar no que antes liga,
Antes de tudo que voa sobre os céus onde o vento canta,
E dos corais de Deus as cores e sons, por tudo nos encanta.
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