As águas de um bendito infinito me banham,
Areias e lamas, só o vento e a natureza insana,
A certeza que se proclama desde onde ganham
Ares, mares, cantos e glosas e sobras da inana.
Um sopro mais curto, um berço, inaudito ósculo,
Inóspito e solicito ao mesmo tempo e lugar,
Em que vagueia o lirismo que me corre jugular,
Varizegueia pelas minhas artérias e nervos óticos,
E só de praias e sonhos me componho, canto azul,
Canto verde do amarelo que posto pinga e tinge,
Cromo de sedes e estreitos laços do que se finge,
Mas na vida se bota, se borda, se acerta quem fui,
No que sendo, virando e vivendo como que tendo,
O que parecendo em sim, mesmos, tecendo, se tecendo.
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