quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Diante de mim

Sigo perplexo diante de mim,
Como uma criança que,
pela primeira vez,
Vê o mar.

Quando me encontro assim,
fazendo-me ver,
mantendo a altivez,
seguindo apesar;

Sou como um pássaro solto no abismo:
Ao mesmo tempo gozando a infinita liberdade,
E ao mesmo tempo objeto caindo,
Deliberadamente fugindo insanamente da realidade.

"Quem sou, este que me habito?"
Eu grito,
Num choro sufocado de aflição!

"Eu vou?", pergunto ao infinito!
Bendito,
Infinito que preenche a vastidão!

Entre o altiplano (em que estou),
E o precipício!

Eu, me engano (eu, me enganou)
Desde o início!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

De hoje e de sempre

Das coisas mais importantes que temos a fazer
A mais importante será termos paciência uns com os outros
Que todo o resto se ajusta pelo correto proceder
Acaba por se tornar melhor nos tempos vindouros.

Que a lida de todo dia é a lida da busca
Pelo pão, pelo carinho, pelo teto e pelo agasalho
Mas é também a lida pra não ceder ao mal que ofusca
De todos e cada um a direção do bater do malho

Que molda o ferro quente que veio da forja
Que ao meu barco assustado nas ondas atende
E no caminho livra do assalto da corja

Que mora em mim, e de mim pra mim somente
Só mente, e de que é bom, por vezes, me despoja
Por isso, vigiar e orar, hoje e sempre...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A alegria da esperança

No dia de hoje o Sol, de seu brilho, mostrou a pujança
Na manhã radiosa cuja diferença em meu sentir se passou
E se passa no estado de voltar a me sentir criança
Na alegria de esperar o tempo novo que neste nascer raiou

Com a Luz infinda e quente do Pai no alto céu
Com a beleza alegre de esperar e de ter fé
Pleno da certeza perene que apruma o que foi caminhar ao léu
Em caminhar seguro, em que o Amor nos firma o pé

Nos firma o passo, e mais uma vez abre as portas
Sem euforia, na boniteza da equilibrada temperança
Na melodia fina que combina elegantemente as notas

E faz a música mais abençoada que move a festança
De viver e sonhar com o tempo em que mais importa
Aqui estar movido pela Alegria, sem fim, da esperança

domingo, 28 de agosto de 2011

Do que há pra fazer

No dia de hoje se deu, mais uma vez
O desafio de continuar apesar do pesar
De ser o que sou, e portar a altivez
Daquele que pecou, mas deve continuar

E o devo porque antes de tudo não sou só
Porque além de mim, e de todo sofrimento que causei
Existem os que não merecem a dor da mó
Que tenho fé que moa o mal que ainda não sei

Sua extensão, sua amplitude na minha caminhada
E esta Divina mó há de triturar todo sofrer
Pra fazer mais leve e tranquila esta jornada

Que eu e os meus inda temos por fazer
Pra que seja mais tranquila nossa estrada
E esperamos confiantes o que ainda há pra fazer

sábado, 27 de agosto de 2011

Das tristezas e alegrias

O inesperado surge de onde menos se espera
E cria novidades onde se contava como certo
O que não se aguardava, mas é o que já era
A verdade do momento para o qual fomos despertos

Para o qual a vida se deu, e que serve para mostrar
Que o novo aconteceu e acontece onde estejamos
Que o novo é todo o sentido que a Vida pode almejar
Independente das expectativas que por acaso tenhamos

Que por acaso aspiremos, que por alguma razão
Seja diferente do que vivemos todos os dias
Seja distinto do que pra nós faz-se padrão

Faz-se a vivência pra além da mera rebeldia
Mostra-se realidade, que se aceitamos de coração
Pode ser vencer as tristezas, construir as alegrias.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Da Vida e quem chega

No dia de ontem chegou Juliana
Flor de encantos da Vida que desponta
Pelo milagre que só sabe quem ama
De todo o poder que no mundo sem conta

Só conta o chegar, e estar dos pequeninos
Que nos ensinam nesta terra o caminho
A beleza que só tem meninas e meninos
A leveza de quem ainda não viu os espinhos

E celebramos, que a Vida despontou!
E o mundo renasce nesta criança que nasceu!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Da construção

No dia de hoje as demandas são muitas
Assim como foram no dia que passou
E no outro, e tantos outros, as culpas
De tudo que vivo, de tudo o que sou

Que se desgasta na realidade que busca respostas
Que não desculpa a falta das imediatas soluções
Que não aceita a fraqueza de que se lhe dê as costas
E na falta de tudo se esvaia em perdões.

O dia de hoje anseia pelo concreto
Pelo absoluto da realidade do pão
Pela justiça que nem pensa no discreto

Ser que não se liga nos pedidos do chão
Que não busca a segurança de estar sob o teto
Que não quer antes de tudo a construção.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Meu Pai Sol

O Sol lampeja, e a Luz deseja
Que o encadaum, de cada um
Seja a Luz que de todo o Universo se veja
E a treva não entreve mais lugar nenhum

O Sol, nas janelas de vidro, brilha
E encanta meus olhos pecadores
Me mostra os amores, carinhos de filha
Do filho que sou, provando os sabores

De sua Luz,
Meu Pai,
O Sol!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Vida em seus lumes

Na sombra da dor, que de muito longe vai
Em um lombo suado de burro chucro
Do lucro burro que caia o sepulcro
Enquanto o espírito, que abandonou o corpo cai

Nesta sombra torta, por sob os tamarindeiros
A dor que se mostra na brisa que sopra
Alenta o alívio do suspiro do que, inteiro
Parece apenas a parte, que em tudo se desdobra

Assim da dor, meu espírito encharcado
Sublime flor, de cores e perfumes
Permite que a alegria seja velame enfunado

Na direção das terras além dos negrumes
De onde se veem as serras do espírito libertado
Pela beleza eterna da vida em seus lumes

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Cores do mundo

As cores do mundo
O mundo e as cores

Acordar
Dar a cor
A vida tem a cor
Que eu quiser

O claro brilhante
Do Sol dourado
No marrom do chão
O marrom do chão manchado
Pela sombra do verde

Imensidão
Imensidão de verde
Por todo lado

Se desperto
Colorido
A vida tem a cor
Que quem quiser

Verde brotando do chão
Capim
Chão verde d’onde brota
Assim,

O cinza da árvore
Arvore que cobre de verde
E sombreado fecundo
O marrom do chão do mundo

O mundo e as cores
As cores do mundo

domingo, 21 de agosto de 2011

Criação

A criação é como um faminto predador
Que saliva ante a caça que caminha ao longe
Que imagina a carne saindo dos ossos, e o sabor
Que a presa em seu distante caminhar esconde.

A criação consome a energia criadora
E faz de quem cria predador e presa
Alimentado pela grande força libertadora
Arrebatado, e feito alimento posto à mesa.

A criação dá sentido ao sem sentido existir
Libertação de quem se entrega à prisão
Prender-se ao vôo arrojado de sentir

O peso alucinado e doce da paixão
Que obriga a criatura a criar até exaurir
A si mesma e ao fogo sagrado da criação!

sábado, 20 de agosto de 2011

Veni, Vidi Vinci

Vitórias,
Verdadeiras urdiduras,
Da mais pura,
E sem mistura,
História!

Eu quis, e fiz,
Lambanças retóricas,
E colhi,
Pujança histérica
Em minha própria
Periférica memória.

E na balela da guerra,
Vi a badalada,
Iludente e iludida
Falsa glória.

A verdadeira Alegria
Está além da euforia
Ilusória!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O novo, a perfeição

O novo renasce aqui, agora, neste dia
Na Luz dourada que banha meu caminhar
Na borda encantada que soa na poesia
Que ousa pedir o que puder sonhar

Que ousa sonhar além da Vida fugidia
Que ousa brincar com a eternidade do canto
Que busca o encantado feito em alegria
Na Paz soberana que sobra do encanto

De estar aqui, na Luz de Viver
Na peleja infinda da dinamica da ação
Na viagem etérea que propõe o saber

Na busca sem fim que é toda compaixão
Que buscar nos permite arrefecer
A dor, pelo que é novo, é perfeição.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ânimo

"Minha alma é Deus", diz o Salmista
Na única arma que tem aquela alma
Que quer ser mais profundamente realista
Da condição de ser que pode nos trazer calma

Que pode nos trazer Paz, Luz e Amor
Que pode mostrar a fome de quem ama
Ao desejo ancestral de merecer o calor
Do amparo seguro que de Deus nos chama

E nos dá a glória de esperar da Vida
A fina coragem de ir além do desânimo
De agarrar-se à boia entre as ondas aparecida

Quando tudo de seu parecia pulsilânimo
Quando tudo parecia ser abandonar a lida
De dentro da alegria da alma encontrar ânimo!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Alegria me libertará

A Verdade é pra mim como apanágio
Remédio, unguento que vai sobre a ferida
Pois que afastado dela, é eminente o naufrágio
É certa a queda, é dada a batalha perdida.

Viva pois, em mim, a Verdade
Seja ela minha Luz que vai à proa
Que seu manto de suave liberdade
Me afaste do mal, que me atordoa

Me afaste da dor gigante, que escraviza
Me dê de provar do mel, que no que é belo há
Me mostre o caminho que o Amor suaviza

Na certeza da felicidade que virá
Na beleza, que do Divino eterniza
Saber que a Alegria me, e nos libertará

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Infinito júbilo que há em mim

A palavra sopra seu leve fardo
Em meus ouvidos antes temerosos, ávidos
Pelo alívio de meus próprios fogos, em que ardo
Vou sendo pelo tempo do espírito aliviado

A palavra diz: A Vida é alegria e leveza
A Vida é o sopro da brisa no deserto quente
A Vida é o alento que mostra beleza
Dos olhos dee quem vê o grande Amor que sente

O infinito por nós, crianças a caminho
Seus filhos aprendendo que o sofrimento terá fim
Meninos e meninas assustados com os espinhos

Que sairão da cena como se fosse assim
A tristeza que desaparece cada pedacinho
E dá lugar ao infinito júbilo que há em mim

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para onde ir?

Na peleja de me enfrentar, aqui, hoje
Fico sem ver pra onde, como prosseguir
Sem saber o que fazer pra não ser quem foge
Da responsabilidade de dar conta de existir

Pois que o limite de tudo se faz mais forte
Na justa medida em que o tempo passa a exigir
Mais empenho, mais força do que a sorte
Me deu nesta existência poder sentir

Pois que a Vida antes de tudo é louça rica
Em que o chá da beleza se faz servir
O chá da paciência pra todos fica

Com o gosto sempre alentado do que há de porvir
Melhor do que o que sai hoje desta nossa bica
Que nem sempre me mostra claramente: Pra onde ir?

domingo, 14 de agosto de 2011

A beleza original

Conheci um sacerdote que veio das origens
Das belezas naturais do que veio do mais alto
Lato espírito que de imenso faz vertigens
A quem já não se habituou a ser o salto
O caminho de trilhar pelas estradas virgens

E tão trilhadas, estas estradas que de puras
Vão além de tudo que pode ser compreendido
Pelo que se liga ao intenso que vem das alturas
E não quer por sua vontade ser corrompido
E não vai pela verdade perder a brandura

Conheci o sacerdócio em sua beleza ancestral
Tive a honra de cantar meu humilde canto sem pureza
Na certeza de que poderei ser um dia o menestrél
Da verdade, da igualdade, de leal servidor da natureza.

sábado, 13 de agosto de 2011

Olho de boi

Nos olhos de um boi em seu sacrifício
Vi o sagrado ofício de saber se dar
O emanar do espírito às margens do precipício
Vendo o próprio corpo ganhar o ar

Ganhar arbítrio, ganhar liberdade e leveza
Gostar da Vida, e vê-la em seu momento alto
Que o vento sempre sopra com certeza
Na direção altiva de quem se atreve ao salto

E sem sobressalto se entrega tranquilo
Ao sono passageiro da Vida que passa
E na água rasa encontra a alegria e o estilo

Do sentido profundo do Amor que transpassa
E voa além do que vem de Deus, seu cilo
Onde guarda o olhar do boi, eu, quando o olhar espaça

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As cordas de minha Viola

O mundo se amarra, se prende, se sustenta
Pelas cordas da minha doce e Sagrada Viola
Que na lida intensa de ser, cada um se aguenta
Com o que tem de bom, que nos alenta e consola

Porque nossa Vida é cheia de imperfeições
Somos ainda projetos do azul infinito
E mesmo o que é pleno, em nós tem limitações
Mesmo o mais feio tem em si o mais bonito

O mais amplo tem em si ainda o mesquinho
O mais ignorante tem em si grande escola
O mais generoso carrega consigo o daninho

Nem por isso o pecaminoso nos consola
Que devemos procurar de Deus o caminho
Pra sermos afinados, como as cordas da minha Viola

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Morrer é Viver

Nas sombras escuras que lembram a morte
Vê-se por trás uma Luz e seus azuis...
Que só acontece a sombra por que a Sorte
Quis ocultar o infinito da Luz

Porque não podemos ainda encontrar
Com a intensidade toda que tem
A Luz Divina e seu movimento de criar
O Amor, a Paz e a Luz que nos mantém

Assim, morremos, pra ser possível
A Vida que em tudo e por tudo pode ser
Paraíso de prazer imenso e indizível,

Shagrilá de Fortunas pra todo ser
Que vença a saga absolutamente incrível
De conhecer a verdade de que Morrer é Viver

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Viver é morrer

No tempo nosso de todo dia, todo tempo
O sopro do Eterno sopra Divinas melodias
Sinfonias de benfazejo e suave alento
Pra que se suporte o peso da dor de todo dia.

Pois que Viver é antes de tudo encontrar,
Se encontrar consigo, e com o que sopra o vento
Nas flautas e gaitas que sob o Sol, ou o luar
Pernitem suportar a dor que vem a todo momento

Na lida sem trégua que propõe a Vida,
Na régua sem vida que por vezes nos vem varrer
E ela é com o que teremos nossa medida

Pois que a Vida sobra-se ao que se possa dizer
Salta das órbitas dos olhos a insaciável ferida
Que nos condena a saber: Viver, é seguir e morrer

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Da Vida

O Sol hoje surgiu firme em sua trajetória
Em seu caminho que nos mostra que caminhar
É o dever por excelência de nossa história
É o destino, que eu menino devo aceitar

Pois que o beijo da Eterna a mim comove
Como a tentação , do Tentador em todo lugar
E faz do vivente como alvo que não se move
Mas que por tudo o dever de todos é evitar

Que a Vida é sinfonia de toda beleza
É como o sopro da própria musa a me dizer
Que toda lida a todos vale e traz leveza

E traz alento, traz afago, vale viver
Vale a peleja, vale o estrago, me dá certeza
Que a recompensa é certa pra quem vencer

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Da morte

A morte me brindou esta manhã com sua suave presença
No vento leve e frio que acaricia todo dia, o dia
A muito bela senhora mostrou, com um beijo, sua sentença
De me lembrar que viver é antes de tudo, sua alegria
De ser um ser que vive esperando o que a ela pertença

A morte, irmã sem separação do que é da Luz
Mostrou-se fina e impecável como é de seu feitio
Elegante, completa, insofismável Amor que Re-Luz
Alívio eterno ao desconforto do fastio
Pujança de amparo que ao poeta sempre seduz

Pois foi ela, a moça do laço de ouro
Que me visitou e me lembrou do que sobra
Na presença gloriosa do seu mais lindo tesouro
Que é a largura menina que de seu ser se desdobra
No tempo que sua chegada promete vindouro!

A morte não tem solução por que já é,
O presente da natureza que a tudo renova
Violas infinitas cantem sua melodia-mulher
Infinitas Harpas se desdobrem em muitas mais Violas
Que a Senhora do Sempre Novo se faça no que Deus quer

domingo, 7 de agosto de 2011

Este dia

No dia de hoje a Vida se mostrou bela, com leveza
Mostrou-se azul, salpicada de brancos no céu infinito
Enfeitou-se de ventos movimentando as folhas da beleza
Nas árvores da fartura que tornam o belo ainda mais bonito

Cantou-se de cantos de pássaros em sinfonias celestiais
Em harmonias especiais que a tudo que existe enfeitam
Coloriu-se de cores eternas como se já não mais
Se necessitassem dos remédios que na dor, a alma alentam

No dia de hoje a perfeição de tudo se descobriu,
Tirou os véus, os panos, as tampas, as cobertas
Mostrou-se ao Sol nesta manhã eterna e anil

Numa exposição em que a beleza, descoberta,
Se nos mostrou com a gentileza de uma manhã de abril
E permitiu amar a todo mundo com a alma aberta

sábado, 6 de agosto de 2011

Tambores

O som do instrumento primordial:
A consciência do corpo que pulsa
Das batidas de um rítmo ancestral
No coração, que alimenta o ser que luta
Significa sentir profundamente o momento
Vige e toca a sensação de labuta.

Tambores são instrumentos em lida diária
São flores do sentimento que sobrepõe a dor
E tém a cor da beleza que se espalha
Pra produzir alegria, que marcar o pulso do amor

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Do tempo

O Tempo não perdoa o que é feito sem Tempo.
O tempo ecoa além de tudo que é feito
E todo efeito soa além do que vem no vento,
E tudo que voa vem do Eterno, que é o Tempo.

A criação
só se faz,
com efeito,
no Tempo.

A geração
é fruto
do que foi feito
pelo Tempo!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Formar-me de novo com outras formas

Quando vim ao mundo, nesta forma que tenho
Vim, percebo, equipado e fadado à missão
De transformar tudo, do andar ao franzir do cenho,
Do meu jeito de cantar aos limites de minha compreensão
Do modo como entro por dentro dos matos que tenho
Nos internos da alma, nos frios e quentes do coração.

Vim pra cá, pois, pra o que tenho comigo transformar
Pra ser mais sincero, direto, afetuoso, leal, amigo,
Pra ser mais digno de fazer canções e as cantar
Pra poder, meu amor, cada dia estar contigo
E na beleza de todo dia ao seu lado acordar
Pra o que importa na vida, e pela vida a peleja suportar

E das formas antigas, dos vícios e erros sair
Em um novo tempo, pelo Amor que cintila brilhar
Nas velhas arapucas e laços nunca mais cair
E em formas novas, novas de novo me formar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Com versos acordar

Nesta manhã de Sol que ao mundo alumia
E a Saíra, querida, na janela vem bicar
Sopra o vento que ao mundo contagia
Da alegria de estar, e partilhar

Da Vida, do mundo e suas cores
Dos sabores que viver pode mostrar
A quem se der o deleite de ver as flores
E os amores, pra quem se permitir amar

Nesta manhã a Luz do mundo nos ensina
Que o melhor da vida é o que virá,
E o tempo todo desta nossa amada sina

Há de ser fraterno e sincero conversar
Que se há verso é bela a manhã menina
E a beleza de com versos acordar

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Senhor Capitão

Na luta que se mostra mais forte, todo dia
Na estrada, que a cada passo fica maior
No cansaço que parece crescer com a rebeldia
No pedaço de pau, que com as pedras parece pior
No embalo da briga, que desfaz o que parecia
Razão, e por isso não se acerca de nenhum amor,

Neste quadro, de aparência perdido
Encontro todo o sentido, na ordem de tua mão
No momento em que ouço ao longe imenso alarido
A voz firme e forte, do Senhor meu capitão.

O saber popular diz: "Pode me mandar eu vou"
Meu coração grita com quantas forças tem:
"Senhor Capitão, pode me mandar eu vou"

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Todos os lugares do mundo

Conheci uma senhora, que só quando tinha noventa
Anos, saiu de perto de sua casa, de sua cidade
Foi para a cidade vizinha, e quase que não aguenta
Deparar-se naquele momento com tanta novidade.

Senhorinha de delicadas formas e gestos
Uma princesa em seu bairro, em sua rua
A vida inteira em seu Universo concreto
De conhecidas cores, das folhas e flores sob a Lua

Tanto do mundo sabia aquela mãe, sempre ali,
Tanto dos homens, mulheres e crianças
Que sua vida serviria pra definir

Leis de países, políticas de confiança
Para os homens onde possa existir
A profissão sempre eterna da esperança