segunda-feira, 30 de junho de 2014

Enormessências


procura enormidades o olho
o coração cria enormessências
como fôssemos vasos sem costas
sem máscaras
decências....

domingo, 29 de junho de 2014

A que venho


Enquanto a folha vai solta cumprindo sina de vento,
eu devo cada vez mais estar cuidadoso,
devo me entregar ao cada vez ser mais zeloso
com cada passo que possa eu dar nestes tempos.
 
Os dias são de cuidado e mais um pouco,
do mesmo cuidado de que já se falou acima,
pois que aquele que quiser se safar de uma sina,
de padecer da maldade que contamina meu povo,

pois os perigos desta vida são tantos, tantos,
que eu nem sei se a distância que deles eu tenho,
é suficiente pra me firmar em meus esteios,

e re-construir minha casa morada em meus encantos,
dos valores que em meu coração são o lenho,
de base da morada de meu pai, a que venho.

sábado, 28 de junho de 2014

E além


Distante o vale onde a chuva
banhava, e além...


De cima de cada pedra
espiava, e no vento lançava,
com a cara mais brava

que a Luz do dia,
Em suas perfeições
permitia,

e era em mim que ardia
e meu peito bradava
a mais fina alegria!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Espuma de praia



O tempo é eternamente miúdo,
vastamente estreito,
incensadamente afeito a estarmos alertas,
não sisudos,
mentes despertas,
não carrancudos feito o desenho mal feito
de besouros chifrudos.

O tempo guina, guincha,
se engancha e larga,
e na vasta praia,
de vagas formadas n'água,
meu coração se espalha.

O tempo é solidão distante,
o tempo todo atuante.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Canto viajeiro

Este canto viajeiro,
cujo luzeiro a brilhar,

canta sobre o mundo inteiro,
seu encanto a viajar..

Violas flamejantes sobre os cerros,
espadas em seus jogos a cantar,

e as Rabecas, fazendo diamantes,
e os corações, seus cantos proclamantes....

Este canto viajeiro,
cujo luzeiro a brilhar...

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Panela da vida inteira

E então sigo, como um astronauta,
uma vaga nuvem em vagas de ar,
onde se movimenta e dança seu ventar,
vento núbio, ar e água em alegria peralta.

O céu onde transito,
invade a Paz da alma,
e canta com tambores e apitos.

E cria o novo, e toda a calma.

E se venta na beirada das madeiras.

E se lambe do mel que escorre em toda panela da vida inteira.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sobre meus matos

A fome de ver distante. Além.
Onde o inaudito canta e rompe,
o eterno brinca de instante,
e eu menino ainda brinco sem nem...

Ali, onde já estarei, já estou,
em meus devaneios de prosa,
em minhas esperanças de rosa,
em minhas cantilenas de amor,

amém, feito um sensato gigante,
um inexato pensante dos fatos,
luvas de boxe pra amarrar sapatos,

anterioridade em passo de elefante,
e velocidade de formigas contra patos,
que voam no céu azul sobre meus matos.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O vento na vidraça

E os passarinhos cantaram miúdo.
Estava frio! E está! E cantam pequeno,
um cantinho sereno, vento frio menino,
menina quentinha na cama de meia e tudo...

E a noite fria que neste dia aportou,
meu barquinho chegado do mar de sonhos,
em que naveguei multidão solitário e risonho,
contou histórias de amores eternos,

amores tão ternos que pra sempre sentido,
cantares sinceros em festas só por elas,
em festas de festejar a vontade de tê-las,

e que a vida seja esta alegria de coração aquecido.
Uma alegria forte como a delícia da casa,
quente, pra cada e todos, pra ver o vento na vidraça...

domingo, 22 de junho de 2014

meus mares


Então, nada mais que sozinho,
me dou o desafio de vencer,
o frio que me me prendeu a ser,
isto, que sou, que viaja os caminhos,

que canta as canções que mal ouve,
dos passarinhos que voaram pra lá,
de tudo que se volta pra onde não está,
em busca do que já esteve, já houve,

do que se cozeu em maravilhas,
se plantou em semelhanças,
se construiu em tantas andanças,

tantos de nós navegando, ilha em ilha,
em cada um de meus barcos, seguindo,
nestes meus mares em que vou é existindo. 

sábado, 21 de junho de 2014

nada

Então não sou nada, só sombra e sentença.
Só na escotilha alarida de dor.
Silêncio no nada de uma infinda madrugada sem calor.
Calado do que calou à dor intensa.

Então meu peixe-ser é nada, nada, entre o nada,
o azul mais lindo, a cor descorada das horas divertidas,
a beleza do autor de migalhas coloridas,
enquanto nada, nada, nada, nada meu peixe nada.

E a própria água nada em tanto que nada,
em tudo que voa sem peso, sem dor e cobiça,
veloz como o ar que me faz parecer preguiça,

mas este meu nada em seu eternismo de tão esmerada,
xoteando baionismos de alterada catiriça,
inventando do que nem de abismo se sonhara algum dia.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Manhã de beleza!

No alto da manhã, na hora mais lusca,
na sombra difusa do dia que rampa,
o Sol, o das estampas subindo as ondas,
saindo das horas às voltas com quem se busca...

E aqui vou seguindo, como um farol que a si luzindo,
se guiando pelo que pensa que é luz na penumbra,
divulgando no distante, o sonho que a tanto retumba,
um samba de ardor e xote, baião de dois em mais se abrindo.

E nas beiras das falésias do mar de árvores,
que o Sertão me deu às retinas nas inteirezas,
das imensidões das brincadeiras de levezas,

e as incertezas que tem a dureza do mármore,
e a fugacidade da vida, a majestade da realeza,
a serenidade que brilha e sobra-se em beleza!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Qualquer trilha escolhida


E o sétimo aspecto, a dúvida incerta,
a porta semi-aberta, insólita e indiscreta,
exótica e desértica, robótica e sincréta,
anasalada e assanhada, e enfim mais certa...

E sê-lo me fecha e abre, e sobre mim ajusta,
a sétima vez que a espada faz sua prosa,
que faz presa a leveza que ao medo glosa,
porque dá a sensação de eternidade ampla e justa.

E do sétimo arco que sobre nós se acomoda,
se abre o tempo, se voa de veloz, imenso e lento,
se nada de mares e rios e poças de caldo barrento,

e brejos e cintas, e beijos da beleza além da moda,
além do que possa ser aprendido numa vida,
aquém do que ainda posso entender em qualquer trilha escolhida

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Andarilho de cantos

Este meu compor, comigo, com todo,
o insano inesforço em que me desfaço,
sombra sem tampa, rompantes de abraços,
enxames de espaço em que me voo...

Invado e entoo, atrás do mato, outro mato,
mais mata e re-vive, a mata que em tudo vive,
em tudo entoa, a carta da passarada livre,
no céu de mim escreve pro que de meu nato,

meu neto, meu lírio que de, em mim voa,
um canto de empíreos cantares, me livra,
me encanta, me espanta e em mim vibra,

andarilho de cantos, vertentes do que entoa,
uma nova e velha trilha, uma canção que sobra,
um navegar que enche minhas vida e obra.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sol que arde


Me vinha a imagem de que a tarde,
com suas cores vermelhas e amareladas,
a tarde como tudo apenas e mais nada,
embelezava as manhãs, motor que não parte,

porque ainda é. Porque o novo se semprefica,
se ajusta no nunca paramento para fazer concreto,
o que pra tantos, por tanto tempo foi secreto,
mas que é sempre o mesmo: feito de amor e cinzas!

O velho amor que construiu desde a fonte,
desde que crianças andávamos assombrados,
pela beleza deste mundo por todos seus lados,

antes mesmo de a dor, latente, criar seus montes,
ainda tudo era a beleza que conseguimos ver na tarde,
e eu que vi, ando mudo pra poder ver o Sol que arde.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Do que não passa

O encanto se apresenta no improvável.
No inaudito incalculável do mais singelo,
o pequeno que se avulta no colorido mais belo,
florinhas nascidas entre o descaso inominável.

(Aquele descaso que nos permite nos sentirmos soltos.)
Feito meninos na praia que a maré esvazia,
pra que nos plenemos do belo nesta existência fugidia,
esta vida, que está, não mais, e tantos, e tão poucos...

Pois que quando sou este redemoinho de contradições,
o inenarrável vem me pedir que conte histórias dele,
que fale a toda gente desta nossa troca de peles.

Que hoje sejamos gente que sonha e encontra senões!
Que o eterno sopre sua brisa de lindeza e graça,
no mais miudinho, no que nem se nota, mas não passa...

domingo, 15 de junho de 2014

Todo mar



Cada dia, cada hoje que se encerra,
porque outro se começa, e a vida re-inicia,
e a lida da promessa, desta pressa fugidia,
lambe a travessa, e atravessa se não se emperra...

Porque assim é a certeza, e a pressa,
como a lâmpada que se acende na rua,
como a sólida solidão em que atua,
o lábaro agitado num azul que se espessa...

Que o azul nos expressa como a voz,
como a cadência do asfalto ao longe,
onde o vasto é inexato, em tudo se esconde,

e em cada se pulsa, como o atravessado atroz,
passarinho Albatroz que canta com voar,
em toda praia, todo rio, em meu peito todo mar.

sábado, 14 de junho de 2014

Este chão

E o pó do chão se fez ao ar,
vermelhou o dia e as roupas brancas,
as roupas velhas amassadas e tantas,
o chão se elevando pelo transitar.

E o passarinho, trazendo galhos,
barro, pedras e folhas e pelos,
e nas áreas mais altas os paralelos,
os vales que tem do que me valho,

e sigo aqui, dia de hoje, este agora,
que nos habita e trafica a alegria,
e repassa a serenidade que contagia,

pra gente passar pela barreira anti-sonora,
que é alguém, lá longe, acreditar que se esvazia,
e que qualquer peito não é digno da alforria.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Da calmaria à tempestade

E quando parece que tudo se perdeu,
o vento vem, o vento vira e se esquenta,
e onde reinava a apatia, cada onda que arrebenta,
é a vida que se tira de onde se pensa que não deu...

E na beira da nave o contra-pino segura,
o cabo, a vela rasgada e molhada da chuva,
e o barulho ensurdece e ninguém se escuta,
e a cada segundo se bebe da vida mais pura:

a vida que o medo nos dá como dádiva!
A sobra de seguir quando tudo parece,
que só o fundo sem fundo ouvirá aquela prece,

que alguém, muitas vozes em distantes lágrimas,
em cantantes pedires, cadentes cantares se tece,
a ladainha da vida: que a calmaria à tempestade comece!

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Planta cantiga

Cantiga de planta, prontamente se passa,
no verde eterno e lento que me vigia...

No fugaz da cor que anuncia que a dor se escassa,
e que chegará o dia da mais simples alegria.


Cantiga de planta, Sol e praia de águas rasas,
meus olhos, mar de pequenezas e alforrias,

solidão, amor, prazer que é tanto que amassa,
que extrai o suco do infinito e supera as vilanias...


Cantiga de sorte, graça, alegrias e farturas,
eu desfeito nos cantos que rarefeitos me habitem,

o ar habita galáxias, os ventos estelares das pinturas,
sofisticações das gentes que nos abracem e aconcheguem


pois o caminho será força e mostrará o lugar onde dura,
a certeza inaudita, vontade bendita de estar onde pedem,

pela beleza da corda que conduz o Sírio à mais pura,
fé, que nesta minha cantiga, planta querida, amor do mundo, amém!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Renascer









Numa foto velha, desbotada,
o Sol banhava minha janela...
E banha, agora podia ser ela,
a tal foto feita, a janela banhada.

Marquei com giz de cera, a borda,
um desenho impreciso, cheio de gana,
cheio do amor que às sensações inflama,
E faz no dia o que a beleza borda.

Porque a beleza nos borda todas as vidas.
Se queremos e pedimos, mais, mais vindo,
mais chegando da beleza que o dia luzindo,

e nas barrancas do rio da Força, a força da lida,
de subir as corredeiras, peixe que vai botar ovo,
fazer-se novas velhas fotos, pra me fazer um eu novo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Da beleza deste momento


Uma bandeira me desfralda enquanto me costuro,
eu, em mim, meus muros me deixando e caindo,
 e eu ganindo, lavrando com os dentes e sorrindo,
como o pardal que apesar de ordinário é puro.

Mas o que realmente conta é o Sol da minha bandeira.
O mesmo seu, e de quem se põe à porta e pensa,
e sai e vai, e com todo o seu corpo se põe à prensa,
e se faz suco de si, pra ter sentido sua vida inteira.

Eu sou meu próprio extrator, minha fruta, meu sumo,
e sou esta minha bandeira que me tremula no vento,
e me guia no rumo das águas de fim do tormento,

e sei que o bom de poder dançar na brisa dos rumos,
é se deixar ver o invisível pelo ancestral encantamento,
de se, me perceber bailante da beleza deste momento.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O criar que me cria


Meu valor vivo vive nas vigas,
em que me sustento, me aguento,
levanto, suporto, suspendo...
Algum valor em estar sendo ainda.

A matina colore supresas, e a alma canta.
O tempo afetivo que chamamos dia, nos motiva,
nos impele ao descanso, e nos aviva,
manhãs depois da noite e seus encantos.

Meu calor me esquenta e permite a lida,
que constrói minhas razões e sentidos,
que me dá medos daquele metal já polido,

 das centúrias do fogo que enfrentamos na vida
tertúlias e estopas e sobras do repartido...
Por isso, recriar-me na força, e me refazer os sentidos.

domingo, 8 de junho de 2014

Canto teia

Cantiguei-me. Era tudo. E tudo virá
da árvore vera vereditadeira dos mundos,
que em tudo se transmuta em sons mudos,
sons de canções, longe do avesso que há.

E o que há pra ver há de ser radiante em luz.
Há de ser esfuziante em graças e alforrias.
Há de ter o tempo da eternidade fugidia,
e brilhar nas costas bravias por onde andaluz,

eu, marujo de eras benditas de mar e tempo,
navego vagas como se a vida subisse e descesse,
como sobe e desce nas artimanhas do que parece,

a aranha de fios, o Chronos senhor do alento,
a viga que sustenta a avidez que se move e cresce,
a Paz que luzirá no canto que este meu cantar tece.

sábado, 7 de junho de 2014

Gira



Onde o trabalho não está? Já me perguntava...
Assim como a maré passa, a roda d'água gira,
a generosidade habita e agita a lira que, na Gira,
rompe e lambe a mão que sempre nos abençoava.

Antes a mão não era o mal que entre todos reinava.
A criadora no batente fazia mais era polir pra luzir
e a alma a se ventar na leveza que pode ter existir,
sem se acreditar malina, maldade que asas cortava.

Então, em tudo está o criar que sopra a Poesia,
e se pode cantar pelo sentido de pedir a cura,
de pedir a calma que traz a paz, cria as figuras,

com que compomos este mundo, pátio de alegrias,
quintal de sabrossuras, delicicanto de pomares,
e o trabalho, a lida me deu concretizador de prazeres.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

E a labuta melhora

Até sinto de dizer, de carecer sinto,
careço menino de espaços e sinas,
cangaço e retina de vaus e meninas,
caroço e destino deste ser absinto,

absorto e castiço, e colóquio liberto,
me gasto e dejeto e me refaço na voz,
na certeza pequena de ser menos atroz,
que a cantiga de vento solto no deserto.

E em nada, além desta vasta costura me cinjo,
me escrevo e esculpo e varro as lascas,
as vastas horas que certezas miúdas e vastas,

e nas caminhadas mais extensas finjo,
que nem cenho franzindo olhando chora,
que das asas da lida, a labuta melhora.

Folhas no vento



O vau da lua, esquema de ver a cor
da presa do predador faminto.
E não mais, sinto, antenado e sucinto,
E distinto anônimo entre vazio e sedutor.

Entre abstrato e inato mais retinto,
entro beato e volto menino saído a visgo,
saído à base da estrada sem castigo,
sem cansaço nem estrago nem casmurro extinto.

Só o velame da alma que bebe o sopro,
do vento eterno pequeno e abstêmio,
desterrado do eterno pela seca do biênio,

Pela seca que avança anos e sobra,
Sonha com lantejoulas, papoulas e amoras,
no chão do Cerrado amores e histórias.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sertão de dentro


Caminhos sempre há! Há de ver!
Luminosidades que se seguir, desejo,
de ver o novo se re-fazer em peso,
desde o ovo, eterno, inexato em seu pejo,
que antecede o eterno que é nascer!

Me afaga terno, feito um antistério do prazer,
feito um batistério em seu cordial lampejo,
de dizer do mister e do tédio e dos gracejos,
e dos enternecimentos que nos causam os beijos,
Eu vejo que sempre haverão caminhos pra ser.

Nas colinas pelos lados pude perceber,
que o incauto destino me deu seus andrajos,
E nas ladeiras e em tantas Oh! Lindas me acho,
Me estendo nas mesmas águas em que me despejo,
E faço em mim o caminho que há de sempre aparecer.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Hábito do Tempo


O Tempo é sem corte!
Quem se corta, sempre, somos nós.
Estes viajantes que tantas mortes,
nós de nós mesmos, azuis do Sol,
canto de água que cai de ribanceira.
cascata de Luz molhada, molhando-nos sós,
estrada de centros e beiras,
Onde se cai enfeitada em ser cachoeira.

O Tempo é eterno.
E macio e dengoso e paciente,
e velado e inusitado e desafiante,
e invencível, indeterminavelmente onisciente,
fatal, fugaz, esfuziante. 

O Tempo não palpita, nem para de palpitar.
Tempo que é Tempo se deixa por si,
Se entrega quando entra no mar,
Se afoga em cada coisa que vê que vivi...
Que tu viveu, e ainda há de encontrar,
pois que o tal senhor Tempo tem por hábito eternizar...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

De apenas olhar

No que meu olho olha, ele desfolha-se,
como o limo na lama, o perfume na cama,
o sumo da rama, o delírio que me chama,
na insubstancial peleja que de tudo desdobra-se.

Aqui, em cada item em que cravo o olhar,
em cada absinto que sinto mesmo sem ter,
me apertando como um sacro cinto de ser,
alto e invariável infinito onde me atirar,

só no que vejo, e me faço imaginar.
eu me desfaço e re-teço na imagem
que de meu etéreo véu veio ao meu aquém,

fazê-lo além de tudo que venta no ar,
o novo, o inusitado que sempre nos visita,
o mesmo novo, que em meu olho crepita!

domingo, 1 de junho de 2014

Meus ossos expostos



Palavras são brinquedos. Peças de xadrez.
Com elas fazemos o artefato de nossa vida.
Com elas construímos pontes pra nossa subida,
escadas pra nossa jornada, aqui, desta vez...

Palavras não são brinquedos. Alta altivez,
inusitado dos sentidos que assalta nossa alegria,
e o chão do céu de estrelas vagando dia a dia,
ondo nada mais brilha, tamanha a pequenez...

Com elas a sério brinco de escrever o roteiro,
desta história autoral em que me conto a mim,
deste meu alguém com quem fico até meu fim,

que será fim de um começo, que a um tempo inteiro:
Este eu que me componho em compassos compostos!
Mesmo quando minhas palavras são meus ossos expostos!