E eu então cantei minhas penas,
Todas elas, cada uma, umas tantas
Entre vistos e voltas e frios em mantas,
E quando fui contar, não haviam centenas,
Não haviam milhares, milhões, unidades,
Não haviam penas onde eu as havia visto,
Nada mais havia, o tempo as havia consumido,
A tanto tempo eu já estava em liberdade...
E não sabia. No fundo da caverna me escondia,
E de certa forma ainda me escondo, fugindo,
Do que em mim maior que tudo me consumindo,
Tem a natureza flácida das coisas meramente fugidias,
Causam a dor de um vendaval sobre uma vila,
Mas não resistem quando a Luz do dia cintila.