quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pé de alegria


Um pé de alegrias nasceu,
onde tanta gente chorava!
E cada lágrima rega e regava,
cada morte que se dá e deu,

àquele pézinho adubava,
com os corpos cansados,
daqueles mortos, roubados,
da gente que trabalha, e trabalhava...

Porque este mundo é o pior ateu!
Fundamentalista, que crê num Deus dinheiro...
O que pra ele é efêmero, passageiro,

é o melhor que o infinito nos ofereceu,
e os povos chamam de nomes coloridos:
A gratuidade do pé de alegria nascido!!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

De nossa terra, nosso tempo!


Uma terra, um tempo,
uma aventura na esteira
de solidão, vento e poeira,
que já brilhou de encantos,

mas que hoje, ela sabe, peleja...

Comeram o bolo e a Cereja.

A terra devastada, eles querem
de cada trabalhador deste chão!

É o que querem de ti, meu irmão.

Que não vejas o que pedem
pra cada um, sua alma,
pra iluminar as noites calmas...

Todos tem direito à plena vida,
pois quem a faz, é quem está na lida!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Saída sã


Quanto mais eu poderia
ter feito antes que aquilo,
que pesa toneladas de quilos?
E se soubesse, faria?

Quantos erros sós,
quantas bolas dentro/fora,
qual o número das horas,
que costurou este: NÓS?

De tantas formas, fomos
e voltamos nessa nossa lida,
que se verteria nos canteiros da vida...

Tanto quanto verte o que somos,
tanto quanto nos diz toda manhã,
que viver na alegria: única saída sã...

domingo, 27 de novembro de 2016

Simples felicidades


Cantou seu João,
numa árvore próxima
e Dona Joaninha, solícita,
contracantou a canção.

Em todo canto,
cada Passarim se apruma,
(pois que não voa das plumas,
mas da cantoria em todo canto).

Em cada coisa habita
a vastidão do miúdo,
e o imenso, maior que tudo.

Neste peito que canta e palpita,
ainda espero ver as maldades,
vencidas pelas simples felicidades...

sábado, 26 de novembro de 2016

Radical autonomia


Pássaros vem, e voam
direto pro ninho de ar
que habita todo lugar,
nas notas que entoam,

nas antigas sensações,
cantigas de liberdade
de toda a humanidade,
em cada e todos corações.

E hoje voou passarinho,
de olhar firme e ligeiro,
que encantou mundo inteiro,

e de uma ilha, um cantinho,
fez dos hinos, fina cantoria
de Amor e radical autonomia!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Da canção de toda gente


Num cantinho,
de mim,
em Si ou Lá
Fá, Mi ou Ré,
em que sucede assim
cada Dó que se dê,
harmonias em carrossel,
se preparando em Sol!

Só isso.
E que acidentes
sustenidos e bemóis,
se encantem lindamente
entre notas, repentes 
e canções.

Nada mais além
da canção vertida em toda gente.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Canto de desapego


Passarim deste lugar
canta por aqui
por aí, cantará,
enquanto meu peito arfar...

Eu nem sou deste lugar,
mas destes olhos, 
tanta cor alegrará,
o que no meu peito brotar...

O que vi,
deste verde chão,
foi só generosa doação!

Nos apontando
a direção
da plena Paz no coração!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Des(des)existir


O mundo, estranho,
por vezes insinua-se mal
descabido e boçal...

Sorte que das entranhas 
encontro cantos antigos,
em vozes tão distantes,
diferentes e dissonantes,
que nem não chorar, consigo...


Feito alegria de certas canções,
que tocam, e nem se sabe
onde que aquilo cabe...

Faz-se Paz sem mais senões,
que anuncia tudo por vir,
e desfaz dores e des(existir)...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Luas


A Lua míngua
vazante e distante
no céu e na gente,
como vem e vai a língua

da sua boca lasciva
que morde a minha,
e ao (me) lamber a vinha,
bebe de mim vinho de saliva...

A Lua controla
de jeitos que nem sei,
que quando vi, pensei:

Quando fui, era embora!
No que andava, dancei
as canções da Lua Senhora!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Pra adiante


Cada ponto do espaço
solta-se, vibra e corre,
faz o tempo, e o que se move,
porque se faz e fez em todo passo.

Cada Sol, cada mormaço,
cada instante de vadiar
mostra que em todo lugar,
há que se vencer o cansaço,

e seguir, valente, em frente,
como o Touro vai pra morte,
na Arena, ante a gente,

e só luta até que a sorte,
faça igual ou diferente:
Sempre se vai é pra adiante!

domingo, 20 de novembro de 2016

Da Paz ir se luzindo



Do que mais cantar,
devo dizer?
Quanto deste reverberar
deve de mim verter?

Eu atravesso, por loquaz,
os pátios da lida...
Um trem na corrida,
cantante e veloz....

É que o canto se criando,
cada dia seguindo
e o novo se construindo,

e novas melodias brotando
e outras harmonias surgindo,
em tudo faz a Paz ir se luzindo!

sábado, 19 de novembro de 2016

O tempo e a tela


Uma flor que dura,
além do tempo comum,
ou, quase tempo nenhum,
quem é que a duração dirá?

Qual a real extensão
desta vida que cumprimos,
e enquanto carpidos, carpimos,
nesta nossa imaginação?

Em cada dia que se acorda
um infinito se revela...
Só no acender e apagar da vela...

E o inesperado bate à porta,
pra que, antes que o vento parta,
a pintura venha e vá pra tela.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Do que esquecemos


A gente nem sabe,
mas nos tem sido negada
a chance desta nossa estada,
(do pouco que a gente sabe),

ser de encantos e alegria...
Sabia? Sabia que o mundo
é farto, gentil, delicado, fecundo?
E que muito mais se poderia,

não fosse a ganância dos ricos,
que querem mais pra si,
como estivessem sós, aqui,

e cada um não levasse consigo,
o humano direito à vida,
plena, farta e por si colorida.
 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Manifestas realidades


Um voo se faz
de solidez serena
que se vê, no que mais,
a pluma soprada pequena,

e a crença inteira
de que o ser vai
(quem é do ar não cai)
na revoada prazenteira...

E pronto, o voo se fez
e o céu é definitiva morada,
da vista feliz e encantada,

do sonho que, cada vez
canta-se em tudo e em cada
realidade manifestada.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Livro


Eu canto como quem pilota!
Verto versos
feito plantador disperso
de Berinjelas ou Bergamotas!

Eu planto como quem cozinha!
Busco asas
em cada canção que vaza,
e voo a vida inteirinha...

Eu sonho como quem ama!
me enlamo e ensopo
da sopa, de que sou o copo...

Eu respiro como quem Poema!
desfaço/faço-me palavra,
nesta vida que gasta e livra.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Cirandante caminhar


Como as Cirandas,
de dar as mãos e seguir
rodando, indo até o fim,
cantando em ondas,

abrandando as horas,
revivendo os dias
em que a senhora Poesia
se lançava fora,

e de dentro vinha,
como agora vem
neste barco em quem

eu mesmo me continha,
pensando em ser alguém
que em Paz, sonha e caminha...

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Da Pitangueira


Eu era vazio, cheio,
intenso, preso e solto,
amargo, adágio de esteio,
adaga em mar revolto,

perambulante e vazante,
audaz, e capaz de saltos,
porque silencioso sobressalto,
eu em meus intensos instantes,

voava e voo do agora,
ao vago do afago de antes,
ao plácido infinito gestante,

porque só me pinta a Amora,
só me canta o Sabiá na Roseira
da cor da Pitanga, da Pitangueira. 


domingo, 13 de novembro de 2016

De cada lugar que me habita


Passeavam Pirilampos
e duendes
em partilha de Amor.

Qual noite ardente, 
e em flor...

Qual pranto, 
que por todo encanto,
se transcende...

(O perfume de uma elemental
em todo sentido 
que este ser sente)

É sempre, toda vez,
um passarinho
que quando sentiu
no peito o ninho,
cantou...

E porque trinou
as flores abriram caminho
entre Borboletas azuis,
no rumo do rio...

E se soube então,
que, se o lugar
nunca se viu,
ele sempre,
sempre,
o habitou...

sábado, 12 de novembro de 2016

Tão antigo


Um campo de sonhos,
se insinua por onde
se esquenta e esconde
alegre ou medonho...

Um vasto devastar
enche-nos os pastos,
extraiu-se em alastros,
de pouco sobrar.

Eu, consumidor incauto,
me esgueiro inseguro
em busca de ser puro,

mas acabo aos sobressaltos,
porque se não sigo
o que é meu, tão antigo...

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Do que canto e calo


O mato canta,
a todo instante,
a toda prova
pra toda gente.

Pela música, a vida
faz, porque canta rios,
mares bravios,
e a existência repartida...

Violeta Kahlo,
Frida valente,
Viola rara e Chilense,

México de estalo
dentro vertente,
em que canto e calo...

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Seja o que for


Do que tenho por dizer
nem sempre sei começar,
nem sempre sei onde está...
E no mais, é só me perder...

Do que sinto tão forte
nas tantas vidas plantadas,
nas paradas, nas estradas,
me encontrarei, rumo norte...

Seja o norte, sul,
seja o plano seguir,
eu hei sempre de conseguir

seguindo do céu, o azul,
que emociona toda a gente,
e cria momentos encantantes,,,


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Antiga...


Num dia de velas,
água e vento adentro,
ondas de desalento,
e só horizontes na tela...

Num dia de mares,
vento com gosto de sal,
luminosidade desproporcional
e a beleza a ventar nos ares...

Neste dia, e em todos,
só posso esperar achar
dentro de mim um lugar,

onde dores e desconfortos,
permitam que vá embora
a velha amargura que me devora...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Pelo ar...


Quanto vale?
Esta merda toda que escrevo...
Algum dia terá algum relevo,
que em alguma relevância arde?

Merda alimenta plantas,
alimenta solos, sonhos, cores,
pássaros, pastos, cantores...
Alimenta algo, o que este aqui canta?

Quanto posso alimentar,
com este diário cantar?
Quem quererá comer?

Que planta há de nascer?
Que bicho há de gritar,
que leveza voará pelo ar?

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Unviverso em canto


O vazio ecoa,
tão lindo e leve,
nem teme ou deve
pela popa, pela proa...

O nada se deita
estando em pé,
faz só o que é,
e a tudo endireita...

Cada coisa agindo
sabendo o tanto
pro Universo, seu canto,

e cantar construindo,
e construir cantando,
e cada rio seguindo...

domingo, 6 de novembro de 2016

Estrada



Entretanto, talento é nato?
À Luz do caminho,
a beleza e o vento
saem do que é por dentro.
e são flor do mato
Pimenta de cheiro e Cominho?

Alguém já viu o anonimato?
se viu,
se silenciou
ou o silenciou
o que pra que foi nato...

Um dia nesta estrada
e o caminho,
ele sozinho 
refaz a Paz
que se desfaz
dos espinhos...

sábado, 5 de novembro de 2016

Ir ou ficar


E ainda que sem saber
vertiam-se de mim
sangues, além do carmim.
E tanto ainda por verter...

Tantas cores de vidas,
tantas flores nos pátios,
tantos incêndios e pastos,
entre belezas escondidas...

Sei então, que sigo,
porque nada mais venta,
nada mais rápida ou lenta,

e mesmo cansado, consigo,
que este corpo é a nave da hora,
que uso, ou não, pra ir embora...

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Cada dia



Do que faz diferença,

diz e dança, leve 
 lance,

longe, lúgubre, grande,

com tudo conta e pensa.


E eu, velejador errante,

vejo-me as velas e sinto,

que só, e eterno menino,

voo perto ou distante.


E em cada voada, um destino,

uma nova forma de rir,

de si, da alegria que há de vir,



pra criar pra gente um destino,

que veleje na alegria,

de fazer diferença, cada dia...

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Sonhos de Paz


Este tempo de agulhas,
de peneiras e frestas,
de antigos "o que resta",
do que o sonho molha...

Nosso tempo de chãos,
de processamento basal de cães...
Pois a ração pra alimentar ladrões
é o sangue dos nossos irmãos,

vertido no trabalho sem senso,
insensível e vil, perdido,
que alimenta patrões/bandidos!

Mas havemos de ver brotar o imenso
tempo de Fartura nascido
dos sonhos de Paz mais aguerridos...


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

aReIa


 Enquanto o tempo
passa largo e solto,
rio calmo/revolto,
em que meus remo e vento,

são rumo e alento,
esperança rotineira
que conduz a vida passageira
no mar do experimento,

eu vou me ventando 
minhas velas de transitar,
em todo, mesmo lugar,

ou então remando,
construindo na areia,
do mesmo, e todo lugar...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Paus-Brasis


Entre as pedras,
em seu reinado/floresta
sem flor, com flor nas frestas,
justamente aqui, se desmedra,
meu medo, medinho besta...

Um medo do que despenca,
e não sustenta, e contamina
a água, antes cristalina,
em canos de esgoto e pena...

Mas vejo Pitangas na rua,
e Amoras, Bem-te-vis,
vejo um céu azul daqui,

e encontro gentes e Luas,
na sombras dos Paus-Brasis...