sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um anel ao redor do Sol com todas as cores

Na manhã de hoje meu amor me disse ao telefone
Que olhasse pro céu e visse um fenômeno novo
Pra mim, neste parco tempo em que neste corpo-clone
Imagem de mim, jeito de andar e falar entre meu povo

Eu ainda não tinha visto o que vi nesta manhã
Ao olhar pro céu na direção do Astro Rei
Nem sei se verei no tempo que ainda me será amanhã
Nem que sejam muitos meus dias, não sei se verei

Ainda assim o que inundou nas matinas meu peito
Além da sensação de ser o único com tais dores
Foi a ignorância de todos, cada qual do seu jeito

Da mesma forma que cada um vive seus amores
Vive não ver o que nesta manhã foi feito:
Um anel ao redor do Sol com todas as cores

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A esperança nasce do pântano do desespero

Nascem alguns dias com a marca da impossibilidade
Como o Sol se desbancasse de seu lugar e a noite fosse
A única realidade que nossos corações enxergassem
E os olhos nada além da tristeza e perdição vissem.

Dias, que apesar de lindos nas aparências
Nos interiores de nossos peitos parecem escuros
E no horizonte não se vê mais que reminescências
Lembranças amargas não do passado, mas do futuro.

E assim temos que seguir a frente e além
firmando os passos no caminho certeiro
Que apesar da triste aparência, a alegria vem

Ao nosso destino, que em meu coração-canteiro
Deus planta flores que brotarão certamente bem
E a esperança nasce do pântano do desespero.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Do quanto vale a Vida

A Vida vale o trago que em meu peito eu trago,
Vale o vintém do qual eu me fiz também
Vale a fissura que perdura e que amargo
Nesta Vida tão dura a que só posso dizer amém

E amem, meus filhos, amem, que o tempo é fugaz
E é contumaz na peleja por ser-se quem é
E acostuma-se até com a dor que precede-nos a paz
E anuncia o advento lindo que vira da cabeça aos pés

Da luta, então, brotada da fé que nos move
E nos toca na esperança que motiva a lida
E aos percalços da estrada um a um remove

Na certeza mais plena de que toda esta dor sentida
Está inscrita no prenúncio da festa que o porvir promove
No resoluto saber o tanto, do quanto vale a Vida!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nas montanhas do bem querer

Neste dia de Sol e belezas difundidas nos verdes
Em que a fartura se anuncia nos encantos dos olhos
E o infinito me presenteia com o presente de ver-te
As chaves da prosperidade se nos entregam aos molhos

E te vejo em contraste com o encanto das folhas
Das plantas, e o contraste é como um complemento
Que me anuncia que o que o bom plantio eu agora colha
Em te ter ao meu lado, meu melhor e amado merecimento

E as abelhas nos polinizam de pólen e zumbidos
Música encantada das farturas de nosso merecer
Nos encantos marcados pela beleza que entra pelos ouvidos

E nos fecundam das iguarias que temos só por querer
E viver intensamente este amor que transborda os sentidos
E florescem nas flores raras das montanhas do bem querer


(Para o amor sem fim do meu amor, neste dia de São Cosmo e São Damião)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

De estarmos sempre vigilantes

Um amigo querido disse: "É pop a violência generalizada"
Um amigo em sua canção que nem tem desespero,
Pelo contrário, que ainda espera pela noite estrelada
Pelo dia de Sol que trará o alento certeiro.

Este amigo constatou que pra muitos de nós o mal
Ocupa um lugar central em nossos corações e vidas
Que o que antes era absurdo tornou-se banal
Que as crianças, antes refúgio, agora almas perdidas

Nos mostram uma verdade que à alma de meu amigo machuca e cansa
E consterna o caminhar dos que nos sentimos mais que passantes
Mas responsáveis pela vida nossa e de todas as crianças

Por que ele sabe, e nós sabemos que hoje mais que antes
Temos que velar pra garantir a vindoura festança
Prêmio pela prática fiel de estarmos sempre vigilantes

domingo, 25 de setembro de 2011

Vencendo os limites que nos impomos

No dia de hoje me propus a vencer em mim mesmo um limite
Uma crença que estava arraigada dentro de mim
De que não era capaz de fazer coisas por não estar "a fim"
De que em algumas áreas da vida não podia ir além do "palpite".

Pois que a Vida, soberana gestora de nossa existência
Me mostrou, como tem me mostrado cada dia e sempre
Que o querer às maiores dificuldades sempre vence
Que mais forte que o medo é acreditar na persistência!

E eis-me aqui, realizando o que parecia impossível
Mostrando que sempre podemos ser além do que agora somos
Que a Vida reserva a todo momento a surpresa indizível

Que vence o impensável, que separa a laranja em perfeitos gomos
Que faz com que o que parecia feio pareça irresistível
Pra nos mostrar que podemos vencer os limites que nos impomos

sábado, 24 de setembro de 2011

A espera pela chuva

No dia de hoje todos esperamos
Pela chuva esperançosos.
No entanto, a chuva vira no dia certo,
Quando,
Superados os males e os medos
Soubermos ouvir seus pingos
sons sagrados,
Nascidos da generosidade
Que enfim poderão ter nossos corações.

Viva a chuva
que nasce do sonho
Da esperança sem limites.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vencendo mesmo a mim

Na grande batalha que enfrento todos os dias
No campo de justas de meu coração
Os monstros cavaleiros, maldades e fidalguias
São os adversários que enfrento na condição

Da rendição que me peço como oportunidade
De me render ao Superior que me habita
E vencer a tristeza que emana da maldade
Que está em mim, mas que o bom praticar limita

Pois que o tempo é meu parceiro na labuta
Da guerra pra ser um ser sem fim
Que não se entrega ao limite que amputa

A criação que redimirá a tudo e todos assim
Como a bondade que de Deus nos imputa
A condição de vencer a tudo e a mim

De me encontrar comigo

A maais dura prova que o destino pode me impor
É me encontrar comigo, seja onde, e como for

A mais difícil arte que posso praticar
É tolerar a mim mesmo por tudo, e em todo lugar.

Mas cada vez mais, e sempre
Seguirei nesta lida
rumo a contrar o sentido
Da vida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A sorte

Entre os caminhos que a Vida propõe
Passamos ao largo tantas vezes do prêmio
De quem nem percebemos quando o Sol se põe
E se colocam no céu as estrelas em grêmio

E não vemos, ou ainda não vimos
A beleza sem fim que por todo lado nos cerca
A certeza do capim que sem perceber que existimos
Continua a crescer na direção certa,

E continua a Vida tão plena de beleza
Com a graça da lida que nos dá o santo norte
E permite a generosidade que vem com a certeza

Que a todo ser em seu caminho dá suporte
Que a mim, pobre escravo da leveza
Faz ver que só estamos vivos por que é farta a sorte!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Da intensidade da Força

O corpo cada dia toma formas e condições
Que dependem da ligação que cada um tem com a Luz
Com a Paz que nos traz as aptidões
Pra enfrentarmos a certeza que nos conduz

Para além da existência que é o próprio Amor
Que está no caminho pavimentado pelo andar
E faz a estrada da nossa Vida livre da dor
Livre da beleza infinda do bem querer trilhar.

O corpo, ora cavalo, ora leão, ora corsa
Ora homem,
É a expressão que no espírito tem
A intensidade da força.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Manhãs da Vida

Nesta manhã estranha, de Sol e frio
Pela grande alegria de Viver eu sigo
Com a gastura e a delícia de seguir o fio
Da existência e todos os seus perigos

Da sensação sem par que vem da oportunidade
De que o corpo vivo, pulsando é capaz
Que meu existir é pleno das capacidades
De sentir meus medos, e a coragem que me dá paz.

A Vida se apontou em meus dedos no raiar deste dia
Em ciclames de incríveis pétalas invertidas
Em Marias sem vergonha, prímolas e orquídeas vadias

No sagrado vadiar sem fim dos encantos sem medida
Que sem fazer nenhuma força esblande a alegria
Do encantamento de apenas poder mirar as manhãs da Vida.

domingo, 18 de setembro de 2011

Do pesar e da alegria

A vida surpreende com seus baixos e altos
Com montes, vales, ribanceiras, precipícios
Calmarias e pelejas, agitados sobressaltos
Sucedidos da paz que nos lembra dos inícios

Que viver é alternância entre pesado e leve
Fugaz e eterno, sombra e luz
Só se salva aquele que antes de tudo serve,
E menos recebe e não cede ao que seduz

Porque nada é tão intenso quanto se dar
À obra perpétua que se renova todo dia
À obra do eterno que a cada instante faz brilhar

A luz infinda que em cada volta principia
E faz a volta, entre a areia e o sal do mar
E marca a existência do pesar e da alegria

sábado, 17 de setembro de 2011

Nesta noite de festa

Nesta noite em que os amigos nos reunimos
Pra festa que marca a esperança nos dias que vem
Sonhamos mais alto, e bem alto pedimos
O Amor e a Partilha, a Beleza e o Bem.

Nesta noite em que canta forte a Alegria
Em que a Fartura de tudo nos alimenta e transborda
Em que o escuro alegra-se, e a Lua faz dia
Clareando os espaços, os meios e bordas

Pois que nesta noite unidos celebraremos
Que o sorriso amplo de tudo e todos atesta
Que nesta noite juntos todos seremos

Povo ao redor da fogueira que nos resta
Como símbolo da união de que na verdade nos fazemos
E que celebraremos nesta noite de festa

(Para o meu amor, que nesta noite faz aniversário)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Da lindeza da lida

O que fundamentalmente cria a esperança
É a linda lida que alimenta todo dia
A certeza de que após o tempo de ser criança
Há de chegar o tempo da sem fim alegria

Que nos dará de novo a madureza do caminhar
A calma de quem sabe que o Sol pela manhã chega
E aquece, e enternece aqueles que em se movimentar
Movimentam o de fora e o dentro da natureza.

A Vida tem as cores de nossa lida
A Vida, colore o espírito das cores da estrada
Nada é mais colorido que a Vida
Nada, na Vida, conduz apenas à nada.

Que o bem maior promete a gentileza
Que é viver, e esperar pela prática da verdade,
A pratica solidária que movimenta a natureza,
Natura a cultura, Cultura é solidariedade.

Entre nós, seres à caminho
Sol no horizonte, espera do fim dos espinhos

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Muitas idéias

Menino cheio de idéias, de sonhos, planos
Medindo os passos e pousos da nave que voa
Além da lida rasteira, no campo dos sonhos
De que somos feitos, fazedores de loas

Que cantamos no Maracatú eterno de tanto a fazer
Projetando nossa alegria na lisura do alto
Em caminhos, espinhos quebrados em proceder
Na peleja que dura, à duras penas e sobressaltos

Assim nos seguramos, no apesar, com maestria
Na beirada do abismo, de onde vemos as velhas
Sobras da terra que renasce, no Sol, todo dia

E por sobre montes e vales sobra-se em teias
Onde nos prendemos na labuta da rebeldia
Que sonha, que nos dá, sempre, muitas idéias.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A 100 dias

A 100 dias atras iniciou-se um desafio:
"Todo dia um poema novo"
Neste (naquele) dia incendiou-se o pavio
Que vai rumo ao beijo da Diva, que aqui louvo!

A pauta de todo dia, todo dia, pra temperar o louro,
O feijão e o vento novo do sonho,
que aguarda pelo estouro.

A 100 dias!
(Com este) 100 poemas!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Em busca dos astros

Nesta manhã acordei com a esperança de quem olha pro céu
E vê as cores do tempo do mundo nas folhas luzindo
Quem sonha acordado, enquanto caminha com os pés no chão
Quem sabe onde está, mesmo assim sempre está subindo

A escada infinita que permite ao que luta a certeza
De que toda a peleja será um dia transformada em fartura
E que este dia já pode (e deve) estar na bandeja
Da Graça de Deus, que provém toda a beleza

Que se pode sonhar, que se pode esperar todo o dia
Que o constante lutar deixa com sagrados rastros
Que a gentileza permite querer-se luzidia

Na viagem que deixa a imagem distante dos mastros
No mar infindo da Vida que nos sonha alegria
E nos projeta na estrada, em busca dos astros

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Nesta Lua Cheia

Nesta casa em que devemos habitar nossa experiência
Nave em errática lata que pelo espaço se irradia,
Em que moramos e nela experimentamos toda a vivência
Da Vida cheia da esperança que motiva toda alegria

Eu, pobre aluno que precisei da peia
Me encho de fé, nesta noite de Lua Cheia

domingo, 11 de setembro de 2011

Vencendo a gastura

Vencer a gastura é vencer a mim mesmo,
Em cada pequeno gesto que, nos momentos mais inusitados,
O universo me propõe.

Assim, saltando entre ser o que mais me dói,
E o que o mais irrita,
Em ver o que de mim mais se mostra,
Em tudo ao meu redor.

Vencer a gastura é vencer a mim mesmo.
Vencer a gastura é vencer aquele, que dentro de mim
Quer vencer o que de melhor há em mim.

Vencer a gastura é eu vencer!

sábado, 10 de setembro de 2011

Do olhar

No mundo, em que transito atônito
Diante do que não compreendo bem,
Ou do que se esconde em meus recônditos
Ou do que posso ver, está muito além

Valho-me das estratégias, de que posso,
Vou até onde os pés me permitem
Pés da alma, de cujo sonho me esforço
Pra ser onde os espíritos co-existem

Num mesmo tempo de todo, e de tudo:
O tempo todo do mundo.

Neste mundo, tudo que me resta é lembrar,
Que a única coisa que verdadeiramente me caracteriza,
É o meu olhar...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Da fé e da verdade

No passo infinito da Luz da solidariedade
O Amor se compõe, re-compõe-se até
Da força que sobra-se pela eternidade
Em atos de beleza, da graça de Javé!

Que a Luz se manifesta na Vida na festividade
Da alegria que do coração traz dança aos pés,
Da esperança que alimenta o campo e a cidade,
E faz da frugal refeição ceia de canapés.

É assim o infinito bendito da lealdade:
A justiça que abre a porta sem rapapés,
Arromba os tampos podres da falsidade

E nos limpa a Vida, pra que sejas quem tu és:
Escravo do bom senhor, portador da verdade
Discipulo do grande Mestre, Homem de toda fé!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palavras que se tornam música

É necessário que se diga que os poemas que se tornam canções
São, antes de tudo, andorinhas que encontraram seu lugar de chegar
São, na verdade, água que vê o mar depois de estar nas monções
Rio, que se ri depois passar-se córrego, cascata, e enfim chegar ao mar.

Assim é um poema que se encontra com a música que lhe era destinada
Golpe de espada de samurai!
Tiro de lampião!
Potro chucro solto na invernada!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O canto que canta de dentro de mim

No voo solo de minha alma andorinha
Bem-te-vi do peito amarelo de amor ao mundo
Cantei meus sonhos em cantigas sozinhas
No tempo sem tempo de voltar-me do fundo

De mim mesmo, de tudo que me permite o sonho
Na certeza cruzada da Paz que almejo habitar
No bojo mais que aberto do lugar em que me ponho
Ouso antes de mais tudo fazer do sonhar

Que me constitui, constituição daqueles que prezo
Constituição deste tempo do mundo em que habito
Criação permanente, alegria por que rezo

A Deus, pra que me permita o gozo bendito
A beleza que supera o mesquinho que menosprezo
O voo solo de minha alma cantante ao infinito

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Hoje, enquanto as vésperas...

Os mosteiros antigos celebravam "as vésperas"
Que era o tempo que antecedia a chegada das manhãs.
E cantando, preparavam alegrias e sabores pra que a espera
Fosse digna da Luz banhava tomates e hortelãs...

E tamarindos, e alfaces, e jerimuns e abacates,
E os cães, e os homens, e as estradas e os meninos
E permitisse que trabalhassem arados e alicates
E bisturis e Violas, fornos e Violinos.

Hoje, enquanto as vésperas anunciavam
O tempo lindo que vesta as manhãs feito luvas
Colhi sonhos e dores que se me apresentavam

Enquanto sonhava sucos da vida e de uvas
E os cantos da boca encantados cantavam
A beleza sem fim da espera da chuva.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Morte e Vida

Morte e Vida são duas mãos
Da mesma estrada.
A alma sentida, e o coração
na caminhada.
Faz sentir o peso todo da jornada.
Só o Amor traz o sentido à cruz pesada.

E a Cruz da Vida nos permite
A travessia.
É a ponte sobre o precipício
da agonia.
No rumo da felicidade
todo dia.
Harmoniosa e verdadeira
alegria.

Morte e Vida são 2 lados
desta moeda.
Que nos sustenta e evita
a dor da triste queda.
É a forma de vencer o mal
que em mim se hospeda.
Nos construindo o Amor, infindo
que se enreda,

Daqui, pro céu
O Amor, sem véu.

domingo, 4 de setembro de 2011

Lembrar-me além

Diz o Mestre com a sabedoria que é de onde ele vem:
"Cada um faz o que pode,
Cada um dá o que tem"!

Eu também quero pra mim
Saber ser o infinito,
De conhecer o eterno sem fim
O inenarrável bendito
Da Luz que me criou
Do amor que transforma o feio em bonito
A partir de ser, e saber quem sou!

Peço ao Mestre que me permita lembrar-me além,
De mim, e de cada um de nós
Com a verdade que ameniza o atroz
De fazer o que pode, de dar o que tem!

sábado, 3 de setembro de 2011

A beleza que passa

A beleza, por vezes,
assume formas pesadas e soltas,
de cores roxas.
E caminha despreocupada.
Pra trás a panturrilha, que volta
à frente as coxas.
E segue assim a caminhada.

A beleza, por vezes,
resume as cores das idas e voltas
Na vida dura
E assume não ser mais nada
Que uma gargantilha, que denota,
A alma insegura
Perdida e encontrada.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Senhor da Candura

Os olhos me mostram muito além do que posso ver
Os sentidos estão sempre muito aquém do meu sentir
A lida sentida pelo senso da poesia faz-me saber
Do que me permito neste inusitado existir

Em que exalo do meu corpo cor e paixão
Em cada gesto, cada música, cada nota vibrada
Cada nódoa alentada na esperança do perdão
Por quem sigo esta estrada, criança assustada

Pelo som, sopro, sino, símbolo de ternura
Que se expressa na laica fé sem limites
Com quem me realizo no Divino, Senhor da Candura

Senhor do inenarrável, de quem cantos e chistes
Chaves e sonhos de tão firme brandura
Eu canto como cego que da beleza dá palpites

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A beleza nasce por dentro do olhar

Nesta manhã de securas, de ventos e claridade
Caminho por entre nuvens de poeira e fumaça
Como quem voa entre as brumas perfumadas da liberdade
Achando belo tudo neste tempo, que vem, e passa.

Pois que antes de tudo quero perceber a beleza
Em todo tempo em que aqui convivemos, caminhamos
Que a verdadeira alegria nasce, isto sim, da realeza
Com que brindamos este nosso tempo que aqui passamos

E viver é a possibilidade que traz a Paz infinita
De errar, acertar, e ter forças pra continuar
Apesar (e são tantos os pesares) da sempre inaudita

Busca pela felicidade, que ninguém sabe como e porque buscar
Onde ela vive, se não é apenas uma projeção bonita
De nossos olhos, que a beleza nasce por dentro do olhar.