terça-feira, 31 de janeiro de 2012

De acordar e ver o Sol vem toda a confiança

Na estrada, por vezes o frio dificulta os movimentos,
E tolhe a esperança, e faz mitigar a força dos braços
Quando o tempo da demora da estrada faz parecer lento
O aporte do que é necessário pra sustentar os abraços
Dos que amamos, e que vivem destes esperados proventos.

E o frio que por vezes me cerca é o da desesperança,
A falta de calor que parece tirar da mesa o brilho
E pode permitir ao desalento roubar o brilho de criança
Que existe na vida, e que nos mantém nos trilhos
E faz com que a cada vitória aconteça a grande festança,

E do sonho de ver o melhor nos promete a definitiva pujança,
Que de acordar e ver o Sol vem toda a confiança!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em nossas vidas o Paraíso

Dizia um velho árabe arauto:
"Tento escutar o que dizes,
Mas teus atos gritam tão alto,
Que não escuto nada..."

Nós, assustadas perdizes,
Nas matas da vida em sobressaltos,
As vezes nos escondemos atrás de velhas matizes,
Já descoloridas, desgastadas...

Mas nossas cores são vibrantes!
Nosso vermelho faz revoluções!
Nosso azul tem orígem no céu!
Nosso verde tem parentesco com as mais antigas matas!

Eu me conclamo hoje a me dispor a este levante:
Sejamos autores de nossas inovações!
Sejamos fazedores sem medo do banco dos réus!
Assumamos nossa criatividade inata!

E sem mais perdermos tempo com o impreciso,
Com o vago, o vacilado,
Tenhamos a disposição para o inusitado,
E construamos hoje em nossas vidas o Paraíso!

domingo, 29 de janeiro de 2012

A força construtora de tudo que existe

Tudo que nos cerca, em tudo que se vê,
Em cada planta, flor, ou pata de bicho,
Em beira de córrego ou tronco de Ipê,
Em tudo que voa ou que alegre abana o rabicho,

Nas praias do mar de tudo que apontam o infinito,
Nas covas em que plantamos o fruto que nos alimenta,
No pútrido feio que dá força ao que é bonito,
Na cheia da maré que lava a pedra que se ostenta,

Na costeira encantada do encontro de floresta e mar,
Nas canseiras da jornada do ser que em caminhar insiste,
Nos descansos, nas paradas, no pólen da flor pelo ar

No descaso, na atenção da mãe que nunca desiste
No trabalho dos pais, no dengo do filho que quer mamar
Em tudo o Amor, a força construtora de tudo que existe.

sábado, 28 de janeiro de 2012

A beleza solta, desavisada!

Nas entrequadras da Harmonia com a perfeição
Foi vista despretensiosa passeando a formosura...
Dona e senhora de si como quem tem a intenção
De seguir propositadamente incógnita e sem frescuras,
Como fosse reles passante sem medo nem prevenção,
E passasse pelos gramados com insuspeitada brandura.

Absurdo!
É importante dizer, que isto ainda não é tudo!

Passou, e conta-se que tem passado,
Por estas plagas assim como quem quer nada.
E sem ninguém ver polvilha pela criação encanto granado,
Esta irresponsável beleza solta, desavisada!


Tendes fome de justiça, nosso prato predileto...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Floreira colorida

Todos temos que plantar flores em nosso caminho
Regar os canteiros onde florescerão os mandacarus
Begônias, crisântemos, capuchinhas e arminhos
E cuidar que sejam fortes nossas embaúbas sob o céu azul.

Isto, pra que a leveza dos polens fecundem nossa jornada
E a gentileza seja o fluido primordial de que me inundo
E que possamos fazer nossas raízes fincadas
No colo da terra que a tudo dá a vida neste mundo!

E com esta beleza que aqui me acolhe e alenta,
Ali, na janela onde a saíra pela manhã celebra a vida,
Possa ver o infinito, que tudo ao redor sustenta,

E nos entrega a alegria que no mundo parecia perdida,
E quando nossos corações, ouvidos e olhos não aguentam,
Possamos nos surpreender ao ver uma linda floreira colorida!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O passarinho que insiste em chegar na nossa janela

A bela saíra voltou a minha janela esta manhã
Com seu ar de cores, de tão belas, incríveis,
Bicando o vidro, enquanto o netinho mastigava maçãs
E soando seu piado sonoro dos Cerrados indizíveis

Que ela vê em seus voos por sobre corredores e matas
Onde as plantas, de um jeito particular filtra nuances
Da Luz que do céu se abre em uma unica beleza inata
Desta terra sem par, bela sem fim em todos os lances.

E assim, extasiado, sigo cantando a sem fim beleza
Que vejo de minha casa, em volta e a partir dela
Na infinita aventura que é constatar sua realeza

Da real alegria da verdade que existe nas flores belas
Aqui, ao redor, em tudo que graças a Deus manifesta a lindeza
Do passarinho que insiste em chegar na nossa janela

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Chegar

Gravei em mim mesmo paradigmas
Onde o infinito aponta suas cancões
E eu me esforço para decifrar enigmas
Onde, sem mais, suporto as sanções
Que me imponho com calor e vento
Apontados pela biruta solta dos meus lamentos.

Mas sei que o momento de voar
Me é chegado, e me vou
Rumo aos céus mais altos
Que é o meu lugar
Que ao meu caminho me restou.

E este lugar hemisfério de assombros
Planisfério de escombros,
Onde firmo meus mastros,
É o jardim dos perfumes inflamados,
O portal de onde mais se avistam astros,
Quando nos olhamos por sobre os ombros,
Nossos mesmos,
Fazedores de belezas, e encantados,
Nos reconhecemos criadores perfumados.

Eis que então chego ao querido divisar,
(E sinto seu perfume, que de tudo deriva)
Sinto o desejado odor,
Que exala da apetitosa diva,
(Fonte de prazer e calor)
Habitante excelsa de onde estou a chegar.

E aqui chegar exigiu tantos passos,
Exigiu catacumbas submersas de segredos,
Permitiu que me ameaçassem meus medos
Me impeliu abaixo a poços profundos
A me entregar, sem mais, a amares fecundos,
E a conhecer de perto a lei dos fracassos,
E sobretudo, assim,
Eis-me aqui, gargalhando pra mim.

Pois que deste meu jornar,
Estou neste momento a beber o tato
Do macio das flores, neste momento exato
Em que a maciez perfeita permita
Apreciar com ainda muitos anos de vida,
Tudo que existe do lado de cá da travessia,
Hoje, amanhã, todo dia,
Neste grande prazer da lida,
Que surge,
Quando se consegue chegar!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tempo de colher

O frio e duro aço corta a espadas que me atravessam
O caminho, o corpo, o espírito, as esperanças
E me lembrando do falado soldado que as lendas rezam
Vou seguindo meu caminho entre desgostos e crianças

Entre espinhos que nascem no corpo das flores
Que plantei e planto, vou seguindo no mais esperançoso
Esperando que a certeza do fim de todas as dores
Seja o farol da liberdade rumo ao tempo gozoso,

Estação da fartura de todas as formas de pão
De todas as formas da grande alegria no viver
Em que os frios aços só sirvam pra ferir o chão

Em que o carinho e a leveza do amor venham dizer
Que é chegada finalmente a beleza do mutirão
Que teremos que organizar pro nosso tempo de colher!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Aventuras nos espaços dentro de mim

Saltei por vales e depressões grandes, profundas
Por sobre as colinas de meus próprios ombros
Por sobre as campinas das estepes repletas de lobos
Pelas estradas e ravinas das esperanças fecundas!

E eis-me aqui, solitário cavaleiro das minhas próprias fés,
Buscando escapar dos laços que eu mesmo armo na estrada,
Escalar a escada cujo alto dos céus é o fim da jornada,
No caminho do Mestre que é alto porque lava dos discípulos os pés.

E busco este caminho porque sei que leva até a real felicidade
E produz nos sofredores que somos a sensação de que chegou ao fim
O sofrimento que nos acompanha desde nossa mais tenra idade,

E nos atormenta e atordoa feita uma cortina de fumaça carmim
E nos provoca a sensação de uma sem justificativa saudade
Quando me lanço nestas aventuras nos espaços dentro de mim.

Velas ao longe

Na baia que refrigera este lugar longe do mar
Vi as manchas brancas que marcam minh`alma
Com recordações de lembranças que nem posso lembrar
Como melodias de cantigas que o vento fez calma
Que o vento fez eternas loas de louvar o luar.

Nesta baia em que o pensamento faz infinitudes
E a cantilena da vela solitária soa como um bordão
Como panos no mar do Chile, pacíficas praias de plenitudes
Onde o oceano tem paz no nome sem nem sempre na imensidão
Águas de mistérios onde lagueiam-se mares e atitudes.

E sendo assim, nestas imagens que ao apelo do meu querer respondem,
Vi, como ouso dizer, já ter visto antes,
Em tempos outros, vidas outras que outros mares esconde,
Velas ao longe!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Com ânimo, nesta tarde de sol

O dia de hoje, ensolarado e claro
Trouxe aromas e finezas que voam
Que soam nas frestas onde o brilho raro
Das gentilezas claras suaves soam.

E na beleza deste cerrado único
Daqui destas latitudes, alturas,
Sopra como línguas do fogo rúnico
A anunciar o tempo chegado das farturas!

E assim saltamos das barrancas do infinito
Buscando a música que habita o imenso paiol
Onde está guardado o destino mais bonito
Que me acalenta com ânimo, nesta tarde de sol!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Canseiras

Alguns dias o corpo parece pedir ao espírito
Uma pausa, uma saída para esquecer e repousar...
Parar como quem quer ser não mais que um epíteto
Das asas do vento, só sendo, sem pensar em voar!

E nestes dias as idéias afastadas a mais tempo
Do convívio dos pensamentos se ousam chegar
E me impelem a estar comigo mesmo mais atento
Pra que o caminho seja firmeza e justo trilhar!

E me cabe sempre lembrar que a trilha ainda tarda
A se encerrar, ainda restam imensidões inteiras
Por onde este velho espírito desgastar sua galarda!

E se encontrar com o repouso sagrado nas divinas esteiras
Que virá na sequencia desta luta tão intensa e árdua
Pra recordar da vindoura vitória nestes momentos de canseira!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lutar comigo mesmo

O único inimigo que diviso em todo espaço
Anda comigo,
Parece ser um grande amigo,
E brinca em tudo que faço.

Eis-me aqui,
Reles comedor de pequis
Navegando no rumo certo,
A esmo,
Cada vez mais perto,
Do objetivo final:
Lutar comigo mesmo!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Aniversario

Quando comemoramos o aniversario de alguém importante
Na família, na grande família que compõe nosso existir
De alguém que encontramos nas estradas realmente distantes
Em que nas linhas do tempo nos perdiamos no caminho de vir
Nesta caminhada sofrida hoje muito mais atentos e vigilantes
E nos encontramos por fim e nos fizemos encontrar e permitir
A certeza de que nosso parentesco começou num tempo de muito antes!

E no dia de hoje comemoramos antes de tudo o re-encontro,
E celebramos neste aniversario o caminho,
Que juntos fazemos não mais sozinhos,
Nosso caminhar porque afinal nada esta pronto.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Nesta terra, neste lugar, neste dia

Aqui onde o chão pisado apresenta caprichos
Em chapas de pedras, cores, cristais e xisto
E o céu encontra na terra seus belos nichos
Na água que corre onde jamais seria previsto,
Ali, onde a imensidão se veste com a majestade dos bichos
Eis onde é forte a certeza de que eu realmente existo.

E existo com a força do tempo,
Que dança nas horas,
Com a leveza do vento.

(E quem sabe qual a duração desta existência,
posto que os dias passam sem clemência?)

Sei apenas que hoje pude viver a grande alegria,
De estar nesta terra, neste lugar, neste dia.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Meu destino a qualquer instante

As notícias que me vem do mundo
São como o vento que fertiliza
Como o alento que sopra e eterniza
E preenche do superficial ao profundo.

Assim sou eu neste caminho suado.
Sou eu buscando flores em todos possíveis
Canteiros sonhados ou plantados
Em meus caminhos imprevisíveis.

E subo a ladeira confiante:
Hei de chegar ao meu destino
A qualquer instante.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Estrada

Entre os caminhos do mundo que posso percorrer
Vejo gentis lagos e veredas verdes nas margens
De caminhos de pedra bem tratada onde ver
Cotias e araras. buritis das palhas das aragens.

Entre estes caminhos sonhei que solto percorria
Alegre e delicado roteiro de nuances de azuis
Onde a prata da Lua deposita sua viagem de alegria
E onde o giro do Sol conhece os coraçoes nus.

Nesta rota de esperanças onde procuro rumos
Percebo nas capoeiras pistas fortes das picadas
Por onde encontrar este ser que me assumo

Com os baixos e altos que no fim não são nada
Mas que antes de tudo me ensinam a encontrar o prumo
E seguir triunfante nesta tão gloriosa estrada.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Rito de passagem e afirmação: Casamento

Dois seres, duas almas em busca de se encontrarem e encontrarem paz
Resolvem confirmar uma união que na prática já acontecia a tempo,
O próprio tempo que os enganos desta vida quase sempre desfaz
E `as dores mais fortes e antigas no mais das vezes dá alento.

Em nome então do senhor do que sucede o eterno: o momento,
Fui hoje testemunha deste importante rito de passagem e afirmação: o casamento!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Os mandamentos da constituição de um povo

A lei de um povo antigo e sábio se fundamentava em três pilares:
-O compromisso com o trabalho para todos, sem preguiça,
-O compromisso com a verdade em todas as situações e lugares,
-A lealdade para com o que pertence a cada um, sem cobiça!


Tudo para viver bem,
Tudo para a vida harmoniosa,
Tudo para encontrar, também,
A terra frutificando, generosa,
Na vida de todos, hoje, e alem,
Na vida dos filhos desta amada terra gloriosa.


Viva a terra de nossos ancestrais, que se encanta e alivia...
Viva a Revolução Indígena da Bolívia...   

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bordando a grande roda da Ciranda da Vida

Nos momentos em que a luta parece uma cinta apertada,
Parece um feitiço mandado pelo guardião da tristeza
Nos momentos em que olhar pra tudo faz pensar no nada,
Nestas horas a alegria vem ressaltar sua infinita realeza.

E se manifesta na fala enrolada de um lindo neto-menino
No se arrastar abençoado de um lindo menino Bento
A alegria vestida da sublime simplicidade é o destino
Deste vivente que sempre e nunca vê além do momento

E a lida então superando expectativas e medos convida
A seguirmos juntos bordando a grande roda da Ciranda da Vida!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

De como as vezes sonho em deixar de cantar


A arte que pratico, cantar, muitas vezes é tão pisada
Que penso que poderia me dispor a ficar os meus dias
Em um escritório fingindo viver e trabalhar e nada
De cantar, tocar, ou dizer tantas fugazes poesias

Isto é o que as vezes me ponho a pensar
Quando as vezes sonho em deixar de cantar

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Militantes

Mil e tantos
de nós
no sagrado e desenfreado tropel,
bordado à dedo
no tecido recebido de nossos avós,
tela de imprevisível pincel,
que pinta com as cores e dores
do além-medo.

Mil e tantos de nós,
militantes.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nosso caminho de tuneis e manhãs de Sol

Esta nossa vida tem passagens tão distantes
Como fossem as montanhas da Pérsia
Onde sonho que andei em vidas de antes
Quando meus sonhos me afastavam da inércia
E me permitiam me conhecer viajante.

No tempo do exercício destes sonhos
Me vi e me vejo nesta estrada margeada de girassol
De gerânio, de crisântemos e manacás risonhos
Nesse nosso caminho de túneis e manhãs de sol
Vejo a certeza de que à caminhada me disponho.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Manhã de domingo

Nesta manhã orquestrada por passarinhos alegres
Em razão da noite de chuva que banhou nossa terra,
Me sentei nesta cozinha de comes e bebes
Que em seus cheiros de cafés e broas, encerra
O sumo da dádiva e do trabalho que cada um pede
Pra própria vida, com seus baixos e altos de serra...

Aqui me sentei e pensei sobre os caminhos que sigo
Sobre os amigos que tive e tenho nesta jornada
Sobre as dificuldades e vitórias que sei aqui comigo
Do tanto que se parecem com a própria estrada
Que tem marcando suas margens bem-te-vis amigos
E saíras verdes como o mar do infinito nada.

Aqui, nesta cozinha sagrada com calendários vermelhos
Em que vejo impossíveis fotos de incríveis flamingos
Vejo a esperança renovada e o medo ficando velho
Colorindo esta linda manhã de domingo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Nada de nada!

O tempo da saudade do vazio que a tudo antecede!
O tempo infinito do silêncio que pode redimir,
Meus sofrimentos, que nenhuma medida mede,
Dos cabimentos que só quem sente pode sentir!

Eis-me senhor da muito brilhante caminhada,
Que conduz genialmente ao Nada de nada!

Dois amigos se sucedem

Nesta noite duas pessoas se sucederam na função
De estar à frente de um trabalho de amizade
De a um nosso amigo comum representar a ação
Mais alta e completa da verdadeira solidariedade:

Quando os desígnios Divinos pedem,
Por Amor à Obra,
Dois amigos se sucedem!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A importância da jornada

Eu amanheci com a sensação de que é tempo do caminho se abrir
Das estradas clarearem como as manhãs de primavera
Das veredas verdejantes verem suas bacabas e araçás a florir
A alegria da vida retomando seu tempo na terra...

Então eu não pensei em mais nada:
Levanto, e me preparo pra jornada!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O ser que se encontra é aquele capaz de voar

Nas idas e vindas que os caminhos da vida propõem
Encontramos e relembramos os avessos de nós
E os internos inteiros que pelos meios se expõem
Mesmo quando entre todos e tantos somos sós!

E somos nós os que aqui nesta peleja nos damos
Os ombros entre os amigos,  nas dificuldades as mãos
Para que enfim nossos imensos sonhos possamos
Tirar do pensamento para ser visto por  qualquer  visão

E então chegaremos a este definitivo lugar
Onde o ser que se encontra é aquele capaz de voar!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Construir o novo com os materiais do velho eu

A tarefa de construir uma nova versão do que sou
Terá que ser feita com os materiais que tenho à mão
Com os tijolos que recebi daquele que neste mundo pensou
E o fez, quando construiu o que está acima e abaixo do chão.

E esta tarefa, podem crer, no mais é consideravelmente custosa
E muitas e muitas vezes dói como só eu sei o tamanho da dor
É claro também que tem muitas passagens que são gostosas
Mas só os que passamos sabemos a peleja e o calor

Que sentimos quando estamos no meio da labuta
Quando a consciência do erro apontou, e muito doeu
E temos que nos virar pra acertar nossa equivocada conduta

Mesmo nos sentindo como quem em meio a tempestade se perdeu
E não enxerga no meio dos ventos a velha e orientadora biruta
Ainda assim, o caminho é construir o novo com os materiais do velho eu!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Do tanto que é simples o que é belo

Recebi de um grande amigo imagens dos instrumentos que faz
Violas Caipiras e de cocho, que encantam os olhos e os sentidos
Suas curvas e tons, que aos olhos e ouvidos, cada um, satisfaz
Voltas e cinturas, nascidos sons dos dedos e unhas cingidos

Pela grande leveza dos instrumentos feitos por este querido amigo
Que aprendeu fazer música compondo Violeiros e Violas
Que me ensinou tantas coisas que pelos anos carrego comigo
No coração e no pensamento, e que tanto me consolou e consola.

Me extasiei, então, vendo o singelo daquelas delicadezas
Que estabelecem em minha vida um precioso elo
Com  o que passou, e o que se passa, em minha busca pela beleza

Pelo que é puro e simples, pelo que prima pelo singelo
Ao mesmo tempo em que aprendo a arte de abastecer a mesa
Dos alimentos, e do tanto que é simples o que é belo

(Para Braz da Viola)

domingo, 1 de janeiro de 2012

O amor que do coração/pote se derrama

Este ano, e o restante de cada vida,
Por começar
Infinitos sonhos, esperanças, projetos por se cumprir,
Inumeráveis desejos, anseios e compromissos que nos guiar
Neste ano e na sequencia sagrada da lida há de vir

Hoje, assim cantando amanheci
Longe do meu amor, na geografia
Com o encanto dela ecoando em mim
Tão perto do meu amor, primor neste dia

O dia de hoje, novo tempo proclama
Construído será
O amor que do coração/pote
Se derrama