domingo, 31 de maio de 2015

Rumos apruma

 
Entre os idos,
concluo-me, e é,
e sonho sentidos,
busco a fé.

E a tenho,
que ter,
que ver
meus espelhos.

Nas vidas,
cada uma
do mar, espumas,

a fé convida,
e me arruma,
rumos apruma!

sábado, 30 de maio de 2015

Rumos e prumos


Na rua, na estrada, pelo vento,
tudo mais que antes, adiante,
os cavalos nos peitos, galopantes,
retumbando estrondosos sentimentos,

escavando ardentes alentos,
onde havia só dor e desespero,
e as alegrias ganhando cheiros
da festa que inda temos por dentro...

E só porque sigo, é que sigo!
Nem por um porquezinho a mais!
Os rumos construindo prumos, e mais:

as verdades pra além dos castigos,
as certezas que vem desta Paz,
que do Alto, eu raso, trago comigo...

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Dia de promessas


Sobre as horas, disto que começa,
este dia de Luzes e sombras,
tantas cores e sabores e sobras,
seguiremos neste dia de promessas!

Com os ventos, sem lerdeza ou pressa,
sendo eles a real expressão do caminho,
(que entre multidões caminhamos sozinhos),
pra seguirmos neste dia de promessas!

E nas cores e alegrias infinitas,
e tristezas que nem haja quem meça,
cantaremos as cantigas mais bonitas,

e riremos e choraremos às avessas,
nestas praias que vê quem acredita,
que devemos seguir, neste dia de promessas!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Infinito




No avesso, me atiço,
branco, pardo, negro,
azul, eterno, nosso relevo,
em tudo e por tudo mestiço...

No que é reto me acerto,
feito um espelho angulado,
seu sentido semi-esferado,
esperado e de sorte e perto...

E em cada jeito que olho,
eu, é tudo em que fito
em tudo que ajo e permito,

e nas delícias de um molho,
eu canto e como, e admito:
nada tão grande quanto o infinito!

  

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Natureza do ar



Enquanto era tempo, viajava,
e corria, e sentia o que pulsa,
agora, a parte principal e avulsa,
em cada parte de mim estalava,

e em todos os lugares que ia,
sentir medo era normal e bom,
me desafiava, e na canção o tom
cantado, sempre em tudo refletia,

a imensa fome, a sede sem fim
que brota nas minhas horas de vibrar,
que se assiste e se firma neste cantar,

nas paragens que passaram por mim,
enquanto seguia este meu habitar,
este corpo, natureza fugidia do ar...

terça-feira, 26 de maio de 2015

Alguém, em tudo


Alguém que é tudo pra outro,
um além, que pra esta pessoa,
é bem-querer que em cada ressoa,
particulares movimentos, nada, tudo,

sempre, em riquíssimos momentos,
em didáticas investidas, em sobras,
nas muitas viagens desta nossa obra,
assertiva vida de experimentos,

e pra cada um, a lembrança do futuro,
vestida do que chamamos esperança,
calcada na eternidade das crianças,

fortalecida no encontro mais puro,
quando alguém, importante, vê,
quem se quer ver, em tudo que se lê...

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Verde verdade


Palmilhava os vazios, em busca
da eternidade, que se pudesse
ver, tocar onde ela acontece,
e entre cada e tanto, o ar que pulsa,

o ar que vive neste meu peito,
como sendo uma toada quente,
que nas beiradas disto, a gente,
as vistas dos eus, dos jeitos,

das formas que as lindezas,
da vida, da eternidade,
o ar mostrando tudo e metade,

e nos vazios palmilhados, belezas,
unicidades sem par, de claridade,
mesmo sem as ver, verde verdade...

domingo, 24 de maio de 2015

Onde o mar se remansa


Era de ambiguidade, e de delícia,
como a sombra da eternidade amiga,
fosse eu quem canta esta cantiga,
fosse os rumos que esta vela propicia,

ao meu corpo-barco, viajante cantador,
os velames cantados nesta pequenina,
estrada esteira e estante de minha sina,
que em mim atravessa mares de dor,

pras praias de areia quente de alegria,
que verão cantorias de fé e esperança,
e farão de cada dia altas marolas crianças,

pequenos ventos nas espumas frias,
que cada onda reserva, guarda e lança
nas correntezas, e até onde o mar se remansa...

sábado, 23 de maio de 2015

Começo ao fim




Nestes meus mares, navegante,
eu, dentro, vasto e preso,
colidido comigo, e duro e teso,
e tudo como sido antes,
nada mais seria o mesmo...

Nada nunca, uma Baleia,
em águas rasas,
como o eterno que se envasa,
como as horas de Lua cheia,
quando a noite se incendeia.

E este insignificante,
ser inexato e feio,
em que meu ser se veio,
viajo como se nunca antes,
viajasse, eu, viagem incessante...

E nestas horas em que me sobro
sussurro murmúrios,
de meus doeres espúrios,
e ao final, feito tudo, sossobro... 

Eis a vida que, mar em mim
caminha, pelo que inda vemos,
como andamos, amamos, comemos,
uma estrada de se ir do começo ao fim..

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Mar em que tudo nada.


E no fim, tudo se fez,
tudo se ganhou em poças,
na água que da vida à roça,
na beleza da cor da tez,

deste povo que escolho e quero,
estas pessoas andando comigo,
aqui neste caminho antigo,
nesta terra de céu tão belo,

E porque sigo, ganhei o sopro,
da brisa mais perfumada,
das cores todas desta estrada,

que é sentida em canções e choro,
quando se chora de alma lavada,
nas poças de antigas chuvas de nada.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Do que tem que ser dito




De onde virá, o que tem que ser dito?
Cabos submarinos nos aproximavam
enquanto bombas os protegiam,
e onda a onda, ninguém se lembrava do infinito...

Enquanto vagamos soltos,
como a Paz que sucede conflitos,
sejamos o que somos e mais,
vaguemos então, rumo ao mais bonito.

Pois o que faça, inda será eterno,
como as linhas das horas,
como a singela senhora,

que cozinha palavras de puro inverno,
de cancões que soavam belas,
e o que tem que ser dito, vinha dela...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Não mais chora




E o dia, de novo, raiou,
em seus vermelhos escuros,
e o Sol, com raios cada vez mais puros,
deixam pra trás a noite, que antes reinou...

Chegam as horas da vida
por se ganhar, com as unhas cavar,
com o sal do suor temperar,
cada alimento que fornece a lida!

E nas horas de Deus, mais que amém,
mais que o apito perdido da locomotiva,
som que re-inventa, e é esquecida e viva,

fonte de nos lembrarmos do que virá, e além,
novo dia todo dia, cada hora,
em que alguém não mais chora...

terça-feira, 19 de maio de 2015

Do que tudo se fez




As artérias são mudas,
são várias, corpo irrigado,
da natureza fluida, carregado,
o corpo/sangue transmuta...

E é feito a planta, que nova, muda,
e fica sempre depois no mesmo
lugar ao lado do sagrado esmo,
onde o corpo nada, sobe, afunda,

e se salva bebendo a linda fluidez,
com que a corporidade se banha,
e que perde e joga, e louva e ganha,

as boas e velhas, e sérias desta vez,
ponderações sobre a matéria,
destas, de que as artérias, e tudo se fez...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Chuva fininha


 


O estado ameno da chuva,
fina, e macia sobre a relva,
a selva, que silva e reza
quando chega a água pura...

Canta, e a Luz se mostra,
a sombra e o facho que a faz,
assenta e despacha pedindo Paz,
e monta e solta-se em provas.

 E então, valha-me santa lida,
que se espalha pelos enluarados,
vales de lutar pra ter garantido

o direito a seguir pelo sonhado,
que esta chuva molhando a vida,
faz crescer flores por todo lado.


domingo, 17 de maio de 2015

De águas que se movem


Era de manhã, de dia e Sol,
e Lua e lida, e volta por onde,
a estrada se alastra, inicia, esconde,
e tudo mais era Canário e Rouxinol...

Era Rosário e conta do que realmente conta,
era berçário de Lontras, no rio,
na água que afaga Lontras no cio,
e Lontros e tantas vidas sem conta,

sem canto e cantando Bem-te-vis à vida,
que numa esteira estende a fartura,
e em água era clara, e na essência pura,

e nas horas incertas, já referidas,
já antecipadas nesta alegria que nos dura,
nós que temos esta saudade que nos figura...

sábado, 16 de maio de 2015

Canto alado




Dentro de mim trovejava,
e fora, vento leve e perfumado,
e pétalas lindas de lado a lado,
e dentro, o raio cortava...

E dentro, o vento levava,
a chuva doía, a água escorria,
a lama manchava, e eu seguia,
a rota das horas que eu cantava...

Eu, cá dentro é que sei,
de cada vento gelado,
e cada tombo carimbado,

e por fora, tudo que já cantei,
tudo que vi pelos prados,
e pintei neste meu canto alado...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Surgir




















Se não me atiro, invisto,
insisto, inverto, invado,
e visto um Manto Sagrado,
e me apresento a olhos vistos...

E nas beiras das estradas,
vejo a gente antiga e alerta,
amiga, e por mais que esperta,
saudável e diversa, mas cansada...

E descubro, que mesmo tendo,
sempre o mesmo destino, caminhar,
nos leva sempre ao velho lugar,

não  devo, nem me atrevo de deixando,
este afã de respostar, e seguir, seguir,
e ver em cada manhã o novo surgir....

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A vida




A vida, ante a incerteza,
canta por sobre as ondas,
e venta por sobre as mesas,
vencer o medo é o que conta...

O sonho, que planto e cuido,
mais que a simples lida inóspita,
mais que o verde que dá a vida,
é o mato onde moro e tudo...

E tudo e nada, certamente habitam
a casa onde criamos vida e arte,
e suores, labores, ais, pares, partes,

e nas eternidades da onde gritam,
os dedos dos sagrados titereteiros,
movem as cordas, que nós, inteiros...

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Pulso fim




Soei, como os átomos brilham,
suas vazias partes cantam
a canção vaga, em que planam,
sua intensa energia fina...

Bradei minhas espadas de jogo,
seu canto de tléim, incerto e ladino,
como o espanto que fere o menino,
o homem, o velho, se é ferro e fogo...

Mas, sou de jogo, de alegria.
Minhas espadas são de defesa,
de lembrar do corpo as presas,

que em mim, hão de fugir os dias,
sem que precise des-permitir em mim,
pulsar aquém da Paz, o pulso fim.

terça-feira, 12 de maio de 2015

O que se é

 


Aqui, agora, canto
um misto de espasmo,
espanto, eu, asno,
e santo, é que canto...

E por todo lado,
nunca ouvi tanto,
o falar de ladrando,
demonstrando enfado,

com o diferente,
da gente, de quem parece
com o próprio umbigo, quem merece,

e pensa que a gente que nem sente,
tão bem, e bonito que nem é,
cada um sendo o que se é...

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Encontro


A beleza canta, lamúrias e lôas,
se espanta com tudo, e nada
nas águas encrespadas e boas,
e se endireita pelas madrugadas.

A alegria manda notícias carmins,
das horas incertas e frias
cantaroladas pelas freguesias,
enquanto nos dançamos querubins...

Pois o inaudito as encontra ao acaso,
beleza e alegria, alegre formosura,
desperta e alerta, e vasta e pura,

esta escolha que podemos fazer ao raso,
ao eterno e profundo mar de candura
que, enquanto durar o querer, dura.

domingo, 10 de maio de 2015

As mães de nossos caminhos


Neste passo, em que sigo,
seguem pássaros seu destino,
rotas de planetários signos,
Sarças ardendo aqui comigo,

balsas cruzando-me os rios,
chegando nas margens minhas,
onde as horas se esquecem sozinhas,
e me lançam no imenso vazio,

em que o mundo, antes, se cria,
como a sombra que ao Sol sucede,
a história, que em cada um pede,

que nos lembremos de cada dia,
que caminhamos porque já houve,
uma mulher-mãe que aqui nos trouxe...

sábado, 9 de maio de 2015

As mães mãos




Os cansaços, os prazos,
as lidas dentro e fora,
abrandando vorazes feras,
fustigando-nos aos abraços,

e nos lembrando que maior,
que a vida é o agora viver,
que vertida é a sensação de ser,
o que se espera pela lida e suor,

construirão um caminho,
onde se verão flores, outonos,
ou laços, lindos e serenos,

e nos deixarão sozinhos,
ao lado dos muitos irmãos,
até nos darmos as mãos...

Medo


Só, soprei meus medos.
Nada havia mais
entre o que via, quando olhava atrás,
ou, quando era o próprio desvelo,

e sabendo de tudo e nada,
de cada coisa que por amor,
ventava alas de vento e calor,
ainda assim, só soprava...

E nestes intentos,
nem pensava além da lida,
e, se cozia minha comida,

era porque meus alimentos,
eram som e fala,
a dizer ao medo: cala!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Brasis


Súbito sente-se,
senta-se o escrivão
de patentes,
e registra-se.

Válida gente,
instável e subserviente,
e, ao mesmo tempo,
incessante.

Este país nascia,
numa bacia de sangue
seu povo na estrebaria...

Das costas de mangues,
ao altos cordiais,
nasceram-se Brasis...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Flores em Maceió


Resultado de imagem para coqueiros de maceió


As flores por toda parte,
e no vento, um perfume
do velho mar de cardumes,
de praças e vistas e alardes,
 
e um azul de tantos azuis,
uma estrela que brilha de dia,
uma Paz que de longe irradia,
uma dor que caminha com a cruz,

esta mesma que nos mantém
e premia, e se lava e se expande,
e mostra o nunca visto antes,

nesta cidade, longe do meu bem,
no Maceió que a saudade canta e tem,
água, massa e pó, pra nós cantantes...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Um lindo dia






















Nesta manhã de distâncias,
em que ao lado, mesmo longe,
o Amor se mostra e esconde,
e se entrega sem circustâncias,

e sonha caminhos e subidas,
e atrai certezas e esperanças,
e se ouve zoada de crianças,
e nos lava a alma de vida,

nesta manhã, eu me dou,
ao que vim fazer com fervor,
fervendo minh'alma com o calor,

que romperá tudo que passou,
e gerará um tempo de alegrias,
e hoje, se fará mais um lindo dia...

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Respirar caminhos


Enquanto eu caminhava, o vento,
e a água toda do mundo me limpava,
e seu perfume por tudo cantava,
e me fazia sentir lépido e desatento...

E de meus olhos escorriam olhares,
em cada pedaço de tudo, lado a lado,
em todo espaço fecundo plantado,
das florescências cantando sonhares,

e eu ali, caminhava sem querer,
chegar, mas antes e sempre andar,
e ver o novo em seu etéreo balançar,

que de cada lado do balanço, pender,
e ser o que em cada tempo se dará,
que o caminho é eterno ao se respirar...

domingo, 3 de maio de 2015

Imensidões


Justamente quando o Sol entre nuvens,
numa paisagem que se diz agreste,
secas as pastagens, o campo, a sebe,
a grama amarela se re-verdeja, e vem

e sobrevoa com seu cheiro bom de chuva,
que sobrepõe as verdes matas, e cidades,
e carrega a flor de pedir a Paz: "invade",
e saber que toda dor um dia se transmuta,

e se torna o gosto bom do mamão, 
a estrada sóbria e sólida da alegria,
que ventila mares e sonhos todo dia,

e toda noite nos permite a imaginação,
da estrada que nos deita o pó, e as lições,
e neste chuvoso agreste, planta imensidões...

sábado, 2 de maio de 2015

Vens




O efetivamente sólido
se funde,
fica, vai, se esconde,
convém,  se mantém,
num vai e vem bucólico!

O insofismavelmente duro,
quente ou frio,
valente ou sumido, se viu,
é quase totalmente vazio,
e com quantos esteja, puro!

Ao meu rodar, redor,
nuvens de água,
num mar de céu...
Ar mais cheio d'água, melhor,
lava éguas e mágoas,
nuvem veloz que pro azul se deu.

Quem se movimenta?
As nuvens ou eu?
Imaginária aeronave,
cândida e lenta,
lépidas no céu,
vós, nuvens,
vens!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Radicado vivente!


Me Ametisto,
Topázios cintilam,
sobre o manto e a mina,
e, eis que existo!

E em água mino,
Rei, Pião, cantante,
cavalgada em madrugada distante,
fluxo em que me determino!

E no chão me nasço,
radicado vivente, em planta,
seiva e água da vida que canta,
pra viajar pelo infinito do espaço...