quarta-feira, 4 de abril de 2012

Estes extremos que me habitam

Dentro de mim lutam e convivem ao mesmo tempo
O fosso mais profundo que é quente e frio,
A ponta do vulcão às margens do maior vazio
Num cubículo fechado e um campo com muito vento.

Em meu peito se acumulam flores com restos mortais
Se permitem tantas tortuosidades e tantas doçuras
Se mostram os mais ferozes dentes, e depois tanta brandura
Se alçam os mais altos céus após sair de profundos abissais.

Eu sou como uma erupção vulcânica no fundo do mar,
Em que os incontidos da terra descontrolados palpitam.
Sou como o mais maldoso dos seres que se percebe capaz de amar,

Vento nas noites que nos ares parados das fogueiras crepitam!
Por isso, sopro as minhas cinzas que se vieram banhar
Pra lavar, em mim, estes extremos que me habitam.

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