sexta-feira, 1 de junho de 2012

Caminho pro céu

Degrau a degrau, subi escadas que se propunham a chegar
No alto dos ventos, e sedento de ar não parei mais de subir!
Como buscasse na lagoa do céu a grandeza que pode ter o existir,
Como quisesse depois de tudo, chegar a tudo que desejo passar.

E lá, do alto das ripas mais grossas da escalera usada,
Eu vi a mim mesmo na peleja sem repouso que permite o sonho
Pois que o medo maldeia o passo e a tudo que existe faz medonho
Mas não extrai do coração o Amor que não trai a ninguém e a nada.

E, seguindo sempre a subir, eis que posso dizer: ei!, eis-me aqui,
Sigo com as pernas cansadas, o rosto envelhecido e suado
As mãos calejadas, o peito arfando como um velho, velho que vi

Quando criança, e passava por uma rua, num sonho assustado,
E deste sonho, agora meditando, o velho sou eu, eu percebi,
Já subo a muito tempo, mas sigo este caminho pro céu, marcado!

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