quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pro meu amigo, que canta bonito

Hoje me permiti perguntar qual a razão de seguir com meu canto!
Por qual razão me fazer despertar,
E ir pra rua batalhar pelo pão,
E me preparar pra ser capaz de trazer algum encanto,
Quando me ponho a cantar,
Quando componho uma canção,
Quando olho pra beleza e a canto?

Isto, porque no dia de hoje me veio a notícia de que alçou ao céu
Meu grande e espalhafatoso amigo,
De cuja risada não poderei me esquecer
Cuja alegria deu a ele a condição de menestrel,
Alheio consciente a todo e qualquer perigo
Capaz de, com sua presença nos aquecer
Cantor que compunha imagens com sua voz ao léu.

E a razão de tudo me foi revelada no alento que pode aliviar a saudade,
De que meu amigo Dércio cantava,
Não como quem espera as palmas,
Não como quem cultiva a falaciosa vaidade,
Mas como o passarinho ao ninho voava,
Quando ouvia o piado sem calma,
Dos filhotinhos chamando o amor da maternidade.

Assim, cantava (e canta, em outro lugar) meu amigo,
E em meu peito ferido da tristeza de sua falta,
Me deito sentido
Pra chorar sentindo falta,
Mas sorrir sabendo que pra Deus, está ele cantando, tão bonito...

2 comentários:

  1. Lindo, Chico, também estou triste, também ouço no coração o canto do menestrel querido. Prazer em conhecê-lo. Fui uma das pessoas felizardas que puderam ouvir e ver o Dércio de perto. Que ele possa levar sua alegria ao céu...

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  2. Amém, querida, amém! Um abraço grande!

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