sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O bem que se sente

O vazio que a vida pode ter, me assusta!
É sempre frio, recolhido, sisudo, calado
O espaço sem limites, ainda que limitado
Desta vida a nos mostrar o quanto custa

Das friezas e tristezas que o medo nos propõe
Nas correntezas que o vento cria e acompanha
Neste mar de fios que nossa vida emaranha
Do tecido a ser tecido, havendo quem se dispõe,

Porque tudo funciona mesmo como uma tela
Onde vamos pondo as cores de nossas escolhas:
"Chão onde plantas, terra que lavras, colheita que colhas"

E o quadro então funcionará também como vela
Enfunada da vontade de construir um tempo diferente
Rumo ao vazio pra construir o bem que, no ar, já se sente.

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