terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Conselho da Diva

As nuvens se vem e vão,
Num balanço que dá ao tempo,
Graça e molejo, necessários à exatidão,
Como é necessária à fecundação, o vento....

As nuvens desapareceram do caminho do céu,
Nesta manhã de claridade difusa, em outubro!
Fizeram do ar seu garboso chapéus,
E se cobriram no infinito acima de tudo,
Acima das vistas que podemos, aqui embaixo, no escarcéu,
Além deste tempo em que nos movemos, alegres ou sisudos.

E eu aqui, sem elas, onde por a cabeça?
Onde recostar meus sonhos,
Com um azul tão intenso, onde disponho,
Da fluidez delas pra que o divagar aconteça?

"Divagar, devagar",
Diz a Diva,
Respondendo minha ansiosa missiva...

O sonho é feito do mesmo que são feitas as rochas,
De que é feito o pó de que tudo é feito,
De que é feita a alegria de um colibri ao ver que a flor desabrocha,
De que é feito um chute que no ar ganha efeito...

"Divague devagar",
A linda Musa continua a sussurrar...

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