quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Palavras de mim




Se eu disse aqui, alguma vez, de mim,
Que não demónio,
Só menti, nada além no fim,
É meu definitivo testamento tacanho e tristonho.

Se eu aqui falei de alguma flor,
Que me habitasse,
Vil e sórdida mentira a cada um de vós aplicasse...
Pois que o meu existir é só maldade e dor.

Se eu aqui, vácuo de real sensatez e gentileza,
Voasse, morreria sórdida e rapidamente
Indiferentes os comensais normais à esta mesa.

Devo dizer, à bem de alguma verdade que já me habitou provavelmente,
Que sou cadafalso de mim mesmo, gracejo da dor mais tesa,
Mais nada há que se dizer deste que a estas palavras põe à mesa.

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