domingo, 13 de abril de 2014

De me atirar no mar



O meu canto deve atender,
A mim! Eu é que devo me alimentar,
Do que canto, meu próprio pulsar
E me mata a fome de me fazer,

O meu canto, o canto deste nada,
O canto desta água que desce,
Que padece por amor e por benesses
Que o amor lhe finge a caminhada.

Então, meu canto é nada mesmo.
Só sendo nada se justifica e faz,
Como fosse remédio que desfaz,

Um pouco do mal com que sigo a esmo,
Com que venho eu mesmo me curar
Com que sonho esta cura de me atirar no mar

Nenhum comentário:

Postar um comentário