domingo, 13 de julho de 2014

Menestrel do nada

Então, por meus caminhos,
por meus espinhos me sigo, 
feito um passarinho que voa perto,
que voa longe, do que consigo,
do que vislumbro quando bebo o vinho,
e sucumbo a um rumo incerto,

pois que os ramos desta estrada
em cada passo, em cada vaso,
em cada laço que traz a madrugada,
em cada paina beijada por periquitins
em cada berço de cada um de mim,
em cada avanço a que sucede um atraso,

e seguir andarilho de estrelas,
andante de rotas iluminadas
cantador de tantas dores curadas,
e sem cura, sem a vida tão bela, 
e a mais bela de todas cantigas cantadas,
pelo Tempo, o Menestrel do nada.

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