Eu
sinto em mim as cancelas
e
também o como passar por elas,
e
como subir nas tramelas,
e
ver além das telhas,
e
das árvores mais altas,
e
das montanhas mais brancas,
só,
ali, naquela porteira.
Que
eu sendo mesmo um bom andarilho,
já
caminhei tantos vales,
de
rios pequenos altares,
de
matas portais de infinitos,
de
bordas e bordados de moças,
e
cantigas feitas de louça,
de
doçura de bom-bocado...
E
de tanto meu caminhado, meu trilho,
eu
vago além de minhas velas,
nos
ventos que povoam meus medos,
nas
forças que cerceiam minhas lendas,
e
as escondem noutro mundo, sem nada...
Um
mundo escondido em lengas lengas
em
pendengas de fadas com adagas....
Mas,
sempre, longe de tudo,
ainda
posso pensar na vida vindoura,
como
uma vela ventada em sua chama,
como
uma criança na alegria da lama,
no
balanço do barco onde toda a peleja,
um
dia vingará na cantiga final,
na
certeza abissal de que a vida siga.
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