Quando aqui eu falo,
quem é que fala em mim?
E por que então me calo
e por quem me grito assim?
Eu, e quem d'onde eu vim
posso dizer do que olho,
do que nos outros, espelho,
de tudo que me habita enfim?
Eu sigo vendo o mundo,
e suas contradições imensas,
as mesmas minhas, tão tensas,
e sei que, num futuro fecundo,
hão de nem mais ser, nem estar,
e de toda matéria, jardins brotar.
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