domingo, 17 de abril de 2016

Lutar


O "homem de negócios"
chegava na África, trocava,
fumo pela gente que dava,
e as amarrava, com os sócios,

em fundos de navios fétidos,
sem ar, espaço, decência,
e velhos, mulheres, sem ciência,
homens e crianças, tranças mórbidas.

E estes empreendimentos,
trouxeram riquezas pras famílias,
que todo domingo iam à missa,

e é claro, os registramentos,
nos cartórios, pra atestar,
que aquela gente preta,
nasceu pra pros brancos, trabalhar...

E até hoje, quando um preto,
levanta cabeça e pensa,
que sua história, além de tensa,

merece também ter seu acerto,
um golpe vem de lá
e tudo se resumirá, sempre
em lutar.
 

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