quarta-feira, 27 de abril de 2016

Sem chinelo


Nesta lida, se sente
a dor das dores vindas
da idade que des-blinda,
e revela-se dolente...

Neste andar, sentimos,
velhos, mulambos, garis,
madames, domésticas, atrizes,
saudade de sermos meninos...

E as eternidades desveladas,
em cada instante percebido,
como o fino zumbido,
que conta tudo de nada,

ganham outra forma e sentido!
E tudo que vem é leve,
mesmo o que nem serve,
compõe um mapa invertido,

que te afasta do duelo
e te leva ao campo incerto,
onde o eterno, peito aberto,
caminha sem chinelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário