Como se forma
o que penso e digo?
É água morna,
ou intenso perigo?
Sou perna torta,
desgarrinchado mendigo?
Ou um tipo de porta
por onde a beleza sigo?
Como se fez
este Poema incauto,
este berrar nos autos,
esta inelucidez?
Do que se criará
este amor que sinto,
cheiro de fumaça e absinto,
cores de céu e mar?
Nos matizes da alegria
hei de cantar
mesmo sem saber
os porquês dos dias.
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