sábado, 14 de abril de 2018

(Des) sentido


Como tirar de mim o vento,
a força do rio, marés do mar,
se tudo que penso gerar
é o que me consome por dentro?

Porque terei que fazer enfim, atento,
as velhas caminhadas pelo ar,
que me levarão ao mesmo lugar,
sem mostrar pra ninguém algum alento?

Nem pra mim, sabe? Pra nada,
feito um prego pregado n'água,
uma fogueira, onde o rio deságua,

ou um fogão na beira da estrada,
um Cachorro latindo pra Lua,
uma semente solta sobre a pedra nua...

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