terça-feira, 13 de março de 2012

Nas margens de um pasto sem porque

Nas margens de um pasto verde
Que não alimenta nenhum animal
Bordo nestas palavras esperança inerte
Como a dança que me faz não ser normal

Como fosse um rio que do meio do mundo
Despejasse água para todos os lugares
Onde a seca interrompesse o ritmo fecundo
E plantasse nos grãos de areia o sonho dos mares

Assim me encontro, aqui, perto deste gramado
Como um menino às margens daquele rio
Não me rio, nem resmungo como um velho irritado

Mas continuo como a velha fiandeira que gera o fio
Que criará panos e fazendas de fino bordado
Como quem cantarola uma canção que de seu coração ouviu...

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