Nas pistas do que corro, de por onde sai
O sangue que produz licença e trabalho
Vou doando-me como quem ao próprio enterro vai
E se despede de si com uma risada de escangalho.
Como quem diz de si que nada mesmo é o que tudo
Que vale a pena nestas proezas rodar.
Cantar é mera ilusão que permite ao mudo
Pensar-se grande enquanto só lhe resta passar.
E eu, mudo que não se reconhece
Como tal que sou, vou, vou, vou...
Pra ver se o tal que não se diz me esquece
Pra ver se o tal que se diz passou
Pras bandas da oligarquia que merece
Ser o sucesso pleno que alguém já cantou!
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