segunda-feira, 9 de julho de 2012

O sentido deste tempo

Nas colunas desta existência,
Pendurei minhas botas,
Pronunciei algumas notas,
Cantei com eloqüência,
Um canto que quase ninguém nota,
Mas que se propaga
Nos ventos, nas águas
Nestes trilhos, em que a ciência
Por fim sempre deságua...

Neste meu canto penso a beleza,
Aquela que brota do chão,
Por qualquer fresta, qualquer vão,
E que expressa a realeza
De quem canta em busca da superação,
Como uma singela plantinha,
Que nem sua, nem minha,
Mas ligada a uma superior certeza,
Que pelas eternidades não se definha,

Ao contrário, com o tempo mais se define,
Como a saída que procuramos,
Como a gentileza que raro, encontramos
Mas que gerará o que redime,
Por este difícil caminho que caminhamos,
E é por onde chegará o alento,
Por onde soprará o novo vento
Que faz existir o belo e sublime,
Que faz ter sentido viver este tempo.

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