sábado, 22 de dezembro de 2012

A pintura e o que há de vir...

;Pintei a casa, meus quartos e cômodos,
E numa sentença, eu me incomodo,
Me acomodo ao que posso, ao vento,
E lento, e sem vontade nem alento,
Sigo, persigo o meu destino,
Assustado menino,
E se consigo,
É porque o diviso no que não sinto,
No vau falso infinito,
Em que enganado afundo,
Num passo doloroso, incômodo...

Este era um poema que tinha tudo pra ser de alegria,
Porque neste dia,
Eu pintei minha casa,
Num trabalho de Sol e sombra, sobre e sob a asa,
Tintas retingindo o inominável,
Absoluto indomável...

E como não o se doma,
Sinto em meu peito a soma,
Da dor sentida,
E por sentir.
Da cria parida,
E o filho que há de vir...

Neste dia de pintura
Nesta casa minha, uma sombra obscura,
Dá -me a razão de existir:

O sopro que fez viver cada criatura,
É a beleza,
Feito uma casa pintada, esperando o ano,
E o porvir.

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