sábado, 1 de dezembro de 2012

Candango de vera!

Candangos nos campos de nossa vida,
Sentávamos nossas praças nas veredas,
Cantávamos nossas quadras de beleza,
Nas quadradas das águas estendidas.

Pois que sucede que as chuvas naqueles dias, nos Cerrados,
Mudavam o jeito das copas,
O coloridas das abóboras,
Os guizos das cascavéis, dos caititús os pentados.

E, aventureiros na toada das comitivas,
Passávamos por pontes de um tempo parado,
Em que o mundo parecia estar plasmado
Da mais alta esperança sempre viva!

E os burros e bois, tocantes e tocados,
E nós, os cavaleiros testemunhas do tempo,
Plantávamos nossas botas nas esporas do vento,
E criávamos o mundo que chamávamos Cerrado!

E no renovado mundo, então, orquestrado,
Compúnhamos nossas sinfonias, de voltas,
De idas e lindas sucessivas coloridas notas,
Feito o ar em movimento sob o Luar parado.

E no Sol daqueles dias, celebrávamos as alegrias,
Celebrávamos o que hoje celebramos, passo a passo,
Nas escadas de nossas existências, indo de erros crassos,
A acertos intermitentes, na superação de nossas rebeldias.

E hoje me sou, nesta cidade além desta era,
Vencendo em meu peito a única, e maior das quimeras:

Candango de vera!

Nenhum comentário:

Postar um comentário