terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Belas pernas

E eis que aqui me encontro, como quem flutua,
Pelo infinito de um momento vazio nas copas,
Dos ventos arvorados nas pernas grossas tuas,
Na alegria cheia do que é vazio e se nota,

Como um passo, de cada vez, passando nas ruas,
Pelas casas perdidas, cada uma, em movimento,
Eu, um aturdido vagante que busca suas pernas nuas,
Como um faminto que imagina sua salvação, alimento!

E, neste delicioso torpor, sucedo a gentil alegria,
Quando canto, quando tanto quanto eu posso,
Olho pra leveza que caminha, fluente, breve, fugidia,

E busco nas voltas deste vento que me lança ao fosso,
Motivos para cantar, porque tão vibrante minha cantoria,
Tão, é terno quando do doce de tuas pernas me endosso...

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