domingo, 24 de março de 2013

Das cores

O cinza sucede o verde, e este o anterior,
Como o fazem vida e morte, em seu jogo,
De nos apresentar o velho em seu hábito novo,
Como não estivesse manchado de sangue e dor...

O inaudito das horas se incumbe do exato,
Se incandesce das incongruências, frente à beleza,
Se contorce e expande, e a fere com sutileza,
E a transforma, e a lambe até acabar o prato!

O tempo é um pintor que nunca se satisfaz,
Nunca termina a tela institucional da vida,
Que sempre determina a indeterminada lida,

E alternando verde e cinza, todas as cores faz...
Faz o começo e fim das dores, pelas almas sentidas,
Canteiros de vivas flores, Amores-Perfeitos, Margaridas...

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