No vão raso da copa da casa velha,
Morava uma senhora desde sendo moça,
Menina ainda, entre rendas e louças,
Quando já eram velhas as velhas telhas...
Ali, entre brocados e brasões,
Numa vida que não tinha que contar tostões,
Eu,
Um dia nasci!
E da senhora velha, do vão raso da copa,
Em sua casa velha de onde sempre foi senhora,
Ela me olhou por dentro os olhos uma hora,
E não foi mais que instantes, que não se nota...
E entre viçosas estampas e alfinetes,
Entre camurças e brocados, viés, sinetes....
Eu,
Dali parti!
Mas a velha senhora inda mora em mim,
Nos sonhos que me buscam onde moro,
Nos medos e defeitos que não ignoro,
São o que tem me mantido assim...
E agora, nas diversas casas que há no mundo,
Uma delas se achegou do desejo profundo,
Eu,
Sempre fui dali!
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