Vontade de não ver nada, não ver ninguém...
Um medo do fastio e das sacadas,
Uma intensão de visitar os vazios que a vida não tem.
Uma dor presa nas mãos e nas pernas,
A dor de sentir que minha ausência é melhor,
Que qualquer opção de presença, comigo é pior,
Sempre, estar presente, sinto, só causa penas.
E esta dor me contamina e controla,
E me leva pra dentro de minhas próprias certezas,
A de que, por exemplo, não valho o que se põe à mesa,
E que sigo, como um ladrão que continua fora,
Andando no escondido pra não seguir pra prisão,
Eu, como um investimento perdido, inconvertido não.
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