terça-feira, 14 de maio de 2013

Moínhos, o Universo inteiro e mais nada!

Ponho esta folha branca em minha frente, e me obrigo,
A começar a fazer um desenho inimaginável.

Porque o que busco quando a tinjo com meus rabiscos,
É o novo, o sempre novo que o desenho adorável,

Que vai se desenhando, surpresa a cada palavra-firma,
A forma do que vem, sem que eu saiba como seria,

E um novo olhar sobre a folha antes branca, agora, anima,
Ao olho que passeia sobre a agilidade da alegria,

Que me dá de poder ver o inaudito se criar onde antes,
Linda superfície branca habitava a imaginação

E a Poesia, e a rima, tomam caminhos mirabolantes,
Caminham pelas brumas da mais precisa inexatidão.

Como dizer que a minha lida era fingir que não era criação de Cervantes,
Que não era eu um cavalo magro que sustentava,

Um doido magrela, lança em riste assombrando semblantes,
Rocinante eu, em suas tristes aventuras me lançava.

E esta superfície, antes limpa e desalmada,
Viu-se cheia de moínhos, o Universo inteiro, e mais nada!

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