quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Artesania



Faço polir cada palavra,
Com a lima, com o enxó,
Afino a Viola, ajusto filós,
Colho as pepitas mais lindas da lavra,
Pra fazer uma colcha de fitas:
Minhas insondáveis epifanias infinitas...

Meu trabalho braçal,
Manual, polidor de rococós,
De verbos incertos,
Vórtices abertos de espirais de nós,
Que vão se desenrolando, cada um de nós,
Cada destino deserto de se sentir só...

Minha palavra é passarinha flecheira,
Voa e canta ligeira.

Minha palavra é flor de toda cor e galhardia,
Busca a esteira da beleza deste dia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário