quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sonho e Pesadelo de um índio



Foto e arte de Thiago Bresani

O que se apresenta suave, atrás da cortina?
Quem sussurra brevidades longas como as de um breviário?
Que verdade é esta que rompe seus armários,
E voa liberta a confirmar a Santa Sina,
Que cada um dos capitães do Soberano Mar,
Pai de nós de cada um, Senhor e dom de acalantar?



Que medo é este que avança sinistro?
Gritos de uma mulher perdida em Loba Feroz,
Lampejos de Luz desta estrela atroz,
Que me devora os desejos que não administro?
Que o cheiro de tudo lembra o cheiro do mar,
E o medo de tudo lembra, que o medo vem de lá...




Yara, mãe, amante, assassina, mulher, menina,
Seus olhos de embotamento e asfixia,
Suas mãos/garras, pontas d'unhas finas,
Água que mata, amedronta, maltrata e sacia,
Sua inessência profundamente essencial lembra o mar,
E em você, tudo que há e não há, sempre lembra o mar!


Um comentário:

  1. Esta é forte, encorpada com a gente costuma dizer em Goiás. E linda, romântica e luminosa!

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