As vezes me sento pra escrever,
Com os olhos e ouvidos voltados
Pra dor que constrói os revoltados,
Com um desconfortável e claro desprazer.
Por outro lado, as vezes me sinto ser,
Tudo que lembre alegria, beleza e amor,
Que jorro em cântaros de inestimável valor
Canções e pássaros, voos de conhecer.
Tudo me completa, acerta e mistura.
Na frente do Poema por se compor,
Existe uma estrada interna a se transpor,
Feita de flores, espinhos, mágoas, gastura,
Massacres e momentos de ternura e calor,
Estradas em que mostrarei minha real cor.
"Estradas em mostrarei minha real cor." Estradas, ruas, trilhas, raios de luz são espaços por onde caminhamos, às vezes com destino pré-definidos, outras vezes ao sabor dos ventos.
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