segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pra que que eu canto?




Acho que canto é pra me estradar.
O mundo chama a cada minuto,
E o caminho proclama severo e profundo:
A Poesia por si não encontra lugar.

A Poesia não tem canto nem fundo,
Nem raso, nem repetição de morada,
Nem condição de jurisdição ou alçada,
Nem alçapão ou arapuca de ribungo,

Nem prende, nem se deixa prender,
Nem se diz, nem condiz com o que esperar,
Nem rima, nem sem, nem vai se encontrar,

Apenas segue sua vocação de apenas ser,
Ser sem ser que nada faz além de caminhar,
Eu definitivamente canto é pra me estradar.

Um comentário:

  1. Eu queria me estradar também
    Pra qualquer canto com canto bem cantado
    Com as estrofes da poesia a me guiar
    Abrir a porteira, na mata me embrenhar
    Sentir o cheiro do pomar, da terra molhada
    Embriagar-me de amor, dormir, acordar
    E ver a vida caminhar, sem quebra-molas
    Caminhar...

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