sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

De não ser meu próprio astro

Diário da Tata

Eu era como a antevéspera do vespeiro,
Um berro, um erro, eterno malungo bezerro,
Que nas rampas das estruturas, fura,
E atura sua própria amargura em desterro.

A dor é o calor que irrompe de nossos passos,
Que vem da coragem de andar, ainda que não,
Ainda que parecesse que nada mais viesse, ao chão,
Ao céu, pra além da dor a alegria é sequente passo...

E nisso creio, e nisso me deito, deleito, me faço,
Pois o caminho é mesmo estreito e vasto,
E longo, ensolarado e íngreme, até casto,

Poucos esconderijos, apenas o encantamento fácil,
Apenas o encanto dócil que sempre emana do laço,
Eu, catimbado guardião de não ser meu próprio astro.

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