quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O rosto do Amor Constante

Foto de Ana Oliveira Nogueira


Um certo vento esfriava o belo rosto,
Como fizesse o oposto da candura,
Numa sua atitude de tocar, tão pura,
Como a mãe toca sua parida criatura,
E o dá à Luz destino, pelo parto exposto.


Tal vento, afortunado pelo tocar,
O rosto formoso e generoso, anguloso,
E fortes queixos de olhar dadivoso,
E pretas pelagens, pelo belo radioso,
Pode aquele vento sentir, e esfriar...


Aquele vento passou em remolde as formas,
Numa tentativa de desvendar o rosto em si,
Como guardasse um caminho qualquer por aí,
Como levasse vinho aos carteiros e garis,
Para sentir mensagens da beleza que adorna.


Mas a natureza fugidia do vento passante,
Era nada, ante a leveza do rosto que passa,
Delicadeza de quem pedala, exala e disfarça,
Só dá a quem passa a dádiva de presenciar a graça,
E a beleza sem fim do rosto do Amor Constante.


Assim, o vento de mim se teimosa em medir,
E medir, e medir o rosto deste amor enquanto,
Eu ventania de amor procurando por todo canto,
O rosto deste amor que sempre amei, amo tanto,
Ventarei seu belo rosto, até meu sopro se extinguir...


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