sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Por fim




A água cai na cachoeira sem planejar.
Como vinha, vai, barranco abaixo, solta,
Como o ar que em tudo sempre volta,
O inédito alcança a água antes dela pensar...

E é exatemente esta a beleza da cachoeira:
Um improviso sedimentado, uma surpresa,
Pra água! Pra quem chega, rompe a certeza,
De que a beleza do mundo já estava inteira,

Pois que o belo sempre está por chegar!
O mais encantador tem a velocidade do fim
Do eterno cantador com sua foice carmim,

É habitual das mesmas formas de nos encontrar,
Mesmo a desdita, fim da vida, quando olha pra mim,
Mostra o eterno do instante, e o valor do amor, por fim...

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