segunda-feira, 5 de maio de 2014

Esta vida

Neste lindo dia de maio,
De ventos frescos e secos.

Nas ladeiras de onde não caio,
Das telas que tenho pra meus afrescos,

Das casas onde castas se apinham,
Das cestas em que as cebolas espiam,
Das idades onde as castidades murmuram
Das vazias verdades que nos importunam.

Neste lindo dia de maio,
O vento parece limpar os medos.

Confiança pra que os rumos vistos de soslaio,
Sintam seus prumos criando enredos.

E se nas asas de meus voos me solto,
Nas eternidades dos vazios pr'onde volto,
Hei de encontrar-me, como a tudo sempre,
Eu, homem nascido em seu próprio ventre.

Nestas palavras deste azulado maio,
Que só em suas folhas verdes me vejo,

E ventando sonhos deslizo delirante desmaio,
E canto Loas de Amor, dor, Desejo...

Viva este maio de meus antepassados.
Viva esta vida que em meu seguir, bebo, canto, beijo...

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