domingo, 8 de junho de 2014

Canto teia

Cantiguei-me. Era tudo. E tudo virá
da árvore vera vereditadeira dos mundos,
que em tudo se transmuta em sons mudos,
sons de canções, longe do avesso que há.

E o que há pra ver há de ser radiante em luz.
Há de ser esfuziante em graças e alforrias.
Há de ter o tempo da eternidade fugidia,
e brilhar nas costas bravias por onde andaluz,

eu, marujo de eras benditas de mar e tempo,
navego vagas como se a vida subisse e descesse,
como sobe e desce nas artimanhas do que parece,

a aranha de fios, o Chronos senhor do alento,
a viga que sustenta a avidez que se move e cresce,
a Paz que luzirá no canto que este meu cantar tece.

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