segunda-feira, 2 de junho de 2014

De apenas olhar

No que meu olho olha, ele desfolha-se,
como o limo na lama, o perfume na cama,
o sumo da rama, o delírio que me chama,
na insubstancial peleja que de tudo desdobra-se.

Aqui, em cada item em que cravo o olhar,
em cada absinto que sinto mesmo sem ter,
me apertando como um sacro cinto de ser,
alto e invariável infinito onde me atirar,

só no que vejo, e me faço imaginar.
eu me desfaço e re-teço na imagem
que de meu etéreo véu veio ao meu aquém,

fazê-lo além de tudo que venta no ar,
o novo, o inusitado que sempre nos visita,
o mesmo novo, que em meu olho crepita!

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