sábado, 21 de junho de 2014

nada

Então não sou nada, só sombra e sentença.
Só na escotilha alarida de dor.
Silêncio no nada de uma infinda madrugada sem calor.
Calado do que calou à dor intensa.

Então meu peixe-ser é nada, nada, entre o nada,
o azul mais lindo, a cor descorada das horas divertidas,
a beleza do autor de migalhas coloridas,
enquanto nada, nada, nada, nada meu peixe nada.

E a própria água nada em tanto que nada,
em tudo que voa sem peso, sem dor e cobiça,
veloz como o ar que me faz parecer preguiça,

mas este meu nada em seu eternismo de tão esmerada,
xoteando baionismos de alterada catiriça,
inventando do que nem de abismo se sonhara algum dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário