sexta-feira, 4 de julho de 2014

Meu próprio pranto

Canto cantigas de couro,
feito forte touro em brigas,
o mais importante das falas antigas,
a mais intrigante, seu peso em ouro,

seu peso sem peso, sem sentido,
seu olho que vê e não imagina,
que não percebe o quanto a alma ginga,
quando voa pelas vias do vivido.

Minhas cantigas são desenhadas
no couro deste corpo que habito,
na pele de pelos e calor bendito,

minhas cantigas são o eu que além do nada,
o mim que fica, o meu valor em canto.
Minhas cantigas sou meu próprio pranto.

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