segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nascitura

Este mar de ar, onde inadvertido, navego,
as vezes sucede à torrente quente de água,
o vazio sem lugar, cainte, só medo e mágoa,
e quase o infinito quando do finito me desapego.

E um só que dói onde pode, onde pega,
como a ponta de uma chibata de que nem posso,
nem quero desfalar deste direito que esboço,
e saco deste poço que minhas angústias, são cegas.

O novo é o destino certo deste incerto itinerário,
feito um ovo que sempre se nascesse,
e se morresse, e na infinitude crescesse

e em cada rosa um amor sonhado e legendário,
sincrético e absoluto, astuto cantante e puro,
impuro se arrastando, desarestando no chão duro.

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