quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Só pareço, não caio!

Um gosto acinzentado, como um cigarro,
que ficasse só o resto da fumaça,
e o óleo na água que sobe da poça,
e molha meus pés, até o extremo bizarro,

até meus pés sentirem o frio da vida que vai,
da água que se dá, em nós que passamos a sê-la,
um dia, uma tarde, a noite apenas e então vê-la,
e não ver mais nada, que aquela tarde se cai...

pois aquela tarde, que antes de tudo se passar, ia,
e nas voltas das minúcias, e tantas astúcias,
ebulitivas tertúlias, tártaros e terçantes agulhas,

e mais que ainda amargasse eu agradeceria!
Vale a vida com seus desmestrados soslaios,
Viva este Jongo, nego, que só pareço, não caio!

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