A tela do mundo, conforme a vejo,
hoje, meus olhos desfraldadores
de tecidos entre cinza e tantas cores,
tem todas a dimensões de um beijo.
Tem umidade, calor, rosto, argúcia, torpor,
presença, secura, gastura, liberdade,
prisão, doçura, privação, fartura e qualidade,
e sobre a eternidade repousa em seu calor.
A tela do mundo, como a percebo,
pinta as vidas numa sequência alarida,
como um papagaio em sua viagem-lida,
me oferece os sonhos, que inadvertido bebo,
e os escuto enquanto canto, nesta corrida,
espanto em mim de ver a tela da vida.
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